Pressão alta: a doença silenciosa que mata 388 brasileiros por dia
| Fonte: Notícias ao Minuto Foto: © Shutterstock |
O cardiologista Luciano Drager, do
Hospital Sírio-Libanês, reforça a importância da conscientização e prevenção
contínua. “A pressão alta pode não causar sintomas por muito tempo, e quando se
manifesta, muitas vezes já está em um estágio avançado. Por isso, é fundamental
aferir a pressão regularmente, manter uma alimentação com baixo teor de sal e
praticar atividade física com frequência, de preferência sob a supervisão de um
profissional de saúde”, orienta o especialista.
A hipertensão é caracterizada
pela elevação persistente dos níveis de pressão arterial. Em adultos, ela é
diagnosticada quando os valores estão iguais ou superiores a 140 mmHg na
pressão sistólica (a chamada pressão máxima) e 90 mmHg na diastólica (a pressão
mínima).
A pressão sistólica representa a
força com que o coração bombeia o sangue; já a diastólica, a pressão nas
artérias quando o coração relaxa entre os batimentos.2 “Quando a pressão está
alta, o coração precisa trabalhar mais do que o normal para garantir que o
sangue circule adequadamente pelo corpo”, explica Luciano.
Conheça a seguir os principais
mitos sobre a hipertensão:
1. Apenas idosos podem
desenvolver hipertensão.
Essa ideia é equivocada e pode
atrasar o diagnóstico. A hipertensão costuma aparecer entre os 30 e 50 anos,
mas pode surgir em qualquer idade — até na infância. Antes dos 30, é chamada de
hipertensão de início precoce e pode estar ligada a outras doenças, como
obstrução das artérias dos rins ou apneia do sono, exigindo investigação.
Estresse, ansiedade, depressão, insônia, consumo excessivo de sal e obesidade
também elevam a pressão, o que explica o aumento de casos entre jovens.
2. A hipertensão é facilmente
percebida pelos pacientes.
A hipertensão é, na maioria das
vezes, assintomática — por isso é conhecida como uma “doença silenciosa”. Um
dos mitos mais comuns é que dor de cabeça seria um sintoma da pressão alta. Na
verdade, é o contrário: a dor de cabeça pode contribuir para o aumento da
pressão, e não ser causada por ela. Sinais de alerta que exigem atenção imediata
incluem dor súbita no peito e fraqueza ou formigamento em um dos lados do
corpo. Esses podem indicar infarto ou derrame, complicações graves da
hipertensão.
3. O diagnóstico da
hipertensão é feito apenas pela aferição da pressão em consultório.
A aferição feita no consultório é
o ponto de partida, mas nem sempre confiável. Algumas pessoas apresentam
pressão alta apenas em ambientes médicos — é a chamada hipertensão do avental
branco. Por isso, exames complementares são importantes, como a MAPA (Monitorização
Ambulatorial da Pressão Arterial), que mede a pressão por 24h, e a MRPA
(Monitorização Residencial da Pressão Arterial), feita em casa, com orientação
médica e equipamento calibrado.
4. A hipertensão não tem
influência hereditária.
A genética tem forte influência
na hipertensão. Quem tem pai e mãe com hipertensão corre maior risco de
desenvolver a doença. Embora não existam testes genéticos amplamente usados, o
histórico familiar é um importante sinal de alerta. Nesses casos, é essencial
monitorar a pressão, manter uma alimentação saudável e praticar atividade
física para prevenir ou controlar o problema.
5. Alimentação saudável e
exercícios são suficientes para controlar a hipertensão.
Mudanças no estilo de vida — como
praticar exercícios, reduzir o sal, perder peso e moderar o álcool — ajudam a
controlar a pressão, especialmente nos casos leves. Ainda assim, muitos
pacientes precisarão de medicamentos, mesmo com hábitos saudáveis. Exercícios
aeróbicos e a redução do consumo de sal e álcool estão entre as principais
medidas de prevenção. Combinadas ao tratamento médico, essas ações tornam o
controle da pressão mais eficaz.
O monitoramento regular da
pressão, além da adoção de um estilo de vida equilibrado, são fundamentais para
prevenir complicações da hipertensão arterial. Também é essencial buscar
acompanhamento médico para diagnóstico e tratamento precoces, mesmo na ausência
de sintomas — já que se trata de uma doença silenciosa. “O diagnóstico precoce
é fundamental para iniciar o tratamento no momento certo e evitar problemas
como infarto e AVC. Com orientação adequada, é possível controlar a pressão e
manter uma boa qualidade de vida”, conclui o cardiologista.



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