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Cascudinho-da-soja gera prejuízo em lavouras de Mato Grosso

AGRO

Fonte: Canal Rural   Foto: Canal Rural | Reprodução 


O cascudinho-da-soja, popularmente também conhecido como “torrãozinho”, está tirando o sono de muitos produtores das regiões sul e sudeste de Mato Grosso na fase inicial da germinação das plantas. Em algumas propriedades já foram realizadas quatro aplicações de defensivos químicos e há estimativa de 30% de perda nos estandes.

A preocupação com o cascudinho-da-soja nas lavouras mato-grossenses é o tema do episódio 57 do Patrulheiro Agro desta semana.

Gabriel Berwanger deve semear nesta safra 2022/23 uma área de 1,7 mil hectares de soja em Jaciara. Ele revela já estar na quarta aplicação contra o cascudinho-da-soja e acredita que possa chegar a sete até o final do ciclo.

“Ele começou a cortar o caule das plantas. Se for pegar para analisar já tem uma perda de 30% de estande na área. A gente calcula em torno de umas oito a 10 sacas por hectare que vai produzir menos e um custo de R$ 300 a R$ 400 a mais por hectare só com controle dessa praga”, diz Berwanger.

Cascudinho-da-soja altera programação de aplicações

Na propriedade em que o operador de máquinas Adão Partecka trabalha o cronograma de aplicações de defensivos precisou ser alterado de última hora.

“Nós plantamos a soja dia 5 de outubro e já estamos fazendo a primeira aplicação. Não estava nos planos entrar essa aplicação. Está bem crítica a situação. Do jeito que está vai para quatro a cinco aplicações”, relata Partecka.

Danos são causados tanto por larvas quanto adultos

Os danos do cascudinho-da-soja podem ser causados tanto pelos adultos, que cortam a base do caule de plantas jovens, que tombam e morrem, quanto pelas larvas que se alimentam de raízes.

Além da soja, o inseto pode alimentar-se também de braquiárias, fedegoso, amendoim-bravo, feijão e milho.

O período, segundo produtores e especialistas, é o mais favorável para o ataque voraz da praga.

“É uma praga que está se espalhando muito e rapidamente. E, em um período desse em que está mais seco, que favorece o aparecimento, isso acaba se tornando um custo absurdo para uma praga que você não estava esperando muito”, comenta o segundo vice-presidente região Sul da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Jorge Giacomelli.

De acordo com Giacomelli, o cascudinho-da-soja é um inseto que morre fácil, entretanto há dificuldades em “acertar o alvo”, uma vez que ele fica escondido por baixo da palhada.

Pesquisas com diversas técnicas de manejo nas últimas quatro safras estão sendo realizadas em Mato Grosso. O objetivo é identificar a mais efetiva para atingir diretamente o inseto na lavoura.

“Trabalhos com tratamento de sementes, pulverizações folheares com diferentes produtos. Nessa safra também estamos realizando um trabalho de tecnologia de aplicação, identificando ângulos aonde poderemos ter resultados de melhor controle desse inseto”, comenta a pesquisadora entomologista da Fundação MT, Lucia Vivan, quanto aos estudos realizados.



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