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Candidato paga R$ 50 mil para professor de cursinho fazer prova no lugar dele para tentar vaga com salário de R$ 5,6 mil

MATO GROSSO

Fonte: G1MT  Foto: Divulgação


O candidato preso suspeito de contratar um professor de cursinho para fazer a prova do concurso da Segurança Pública, no lugar dele, nesse domingo (20), teria pago R$ 50 mil para tentar a vaga de investigador da polícia.

A informação do valor pagou consta no boletim de ocorrência da Polícia Civil.

Segundo a lista de relação de inscritos do concurso, o suspeito tentava a vaga de investigador da polícia pela ampla concorrência. De acordo com o edital, a vaga tem salário inicial de R$ 5.657,47.

Ou seja, para pagar o valor acordado com o professor, precisaria de pelo menos nove meses de remuneração.

Segundo o boletim de ocorrência, o professor de cursinho confirmou que estaria fazendo a prova no lugar do outro pois ele era 'ruim de redação'.

Além do candidato a investigador e do professor, outros dois alunos foram presos suspeitos de envolvimento na tentativa de fraude. Eles também seriam beneficiados.

O concurso foi realizado em oito municípios do estado.

De acordo com as informações da Polícia Civil, a equipe foi até um dos locais de provas após receber uma denúncia de que um candidato teria contratado uma pessoa para fazer a prova no lugar dele.

Ao chegar no endereço, constatou que a pessoa que estava fazendo o exame tinha características físicas totalmente diferentes do candidato do concurso.

A pessoa que estava no lugar do candidato foi retirada da sala pela coordenação do concurso e levada para outro ambiente da escola, onde confessou aos policiais que faria a prova em lugar de outro, como um favor.

Esta pessoa se identificou como agente penitenciário e professor de cursinho. Ele também relatou que o candidato faria a prova em outra sala, utilizando os documentos dele, ou seja, se passando pelo professor do cursinho.

Os policiais civis identificaram o segundo suspeito em outro local e com ele foi localizado um documento em nome do agente penitenciário.

Ao encaminhá-lo para a viatura, os investigadores notaram um volume na sua cintura. Questionado pelos policiais, ele confessou ser um celular, que estava envolto em material com silicone para tentar dissimular o sinal e a fiscalização.

Disse ainda que pelo celular, o falso o professor, que faria a prova em outro local, passaria as respostas da prova a mais dois alunos.

Estes dois foram localizados pela equipe policial e conduzidos à Delegacia de Cáceres.

Com eles também foram encontrados aparelhos celulares escondidos em uma caixa de silicone, como tentativa de burlar a fiscalização.

Conforme declarações dos suspeitos, eles haviam combinado sinais para o recebimento das respostas da prova.

A ação policial identificou todos os envolvidos, que foram excluídos do concurso público.

Irregularidades no concurso

O Ministério Público Estadual (MPE) informou que recebeu por meio da ouvidoria cerca de 30 denúncias de irregularidades durante a aplicação da prova do concurso da Segurança Pública.

Entre os supostos erros apontados, segundo o MP, estão a ausência de detectores de metal, celular vibrando em sala de aula e pessoas tirando fotos no local da prova.

A Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) informou que não recebeu qualquer denúncia formalizada e as denúncias de fraude no dia da realização do concurso foram amplamente investigadas pelo núcleo de inteligência da Polícia Civil, com resposta rápida, resultando na prisão ocorrida em Cáceres, no domingo.

A Sesp esclareceu ainda que embora seja responsável pela realização do concurso, contratou a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) para a execução do mesmo, incluindo a realização da prova. Sendo assim, os questionamentos devem ser feitos a mesma.

O g1 entrou em contato com a UFMT, mas não obteve retorno até esta publicação.

O MP informou que as denúncias serão encaminhadas para análise do Núcleo de Promotorias da Cidadania.



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