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PSDB vai pedir inclusão de Lava Jato no processo de impeachment

O PSDB vai pedir que a comissão do impeachment do Senado inclua no processo contra a presidente Dilma Rousseff (PT) fatos investigados pela Operação Lava Jato, segundo afirmou na sexta-feira (29) o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB). A denúncia contra Dilma apresentada à Câmara dos Deputados citava suposta omissão da presidente Dilma face ao esquema de corrupção na Petrobras.
"Estaremos pleiteando a inclusão da Lava Jato no pedido inicial. Da mesma forma que o senhor reconhece que o Senado pode rejeitar por inteiro a denúncia inicial, nós podemos acolher por completo o pedido", afirmou Cunha Lima, ao dirigir uma pergunta ao advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, ouvido na manhã desta sexta na reunião da comissão.
O senador tucano disse o pedido será feito "em momento oportuno", sem especificar. "Vamos portanto, no momento próprio, na hora adequada, discutir a inclusão no Senado da República da parte que foi excluída na Câmara. Fruto do acordo parcial da presidente Dilma Rousseff com o presidente da Câmara porque ambos não tinham interesse na investigação da Lava Jato", disse.
Ao aceitar a abertura do processo de impeachment, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negou a tramitação do trecho da denúncia que acusava Dilma de ter sido omissa em relação aos casos de corrupção na Petrobras investigados pela Lava Jato.
Na quinta-feira, foram ouvidos dois dos autores do pedido de impeachment, o jurista Miguel Reale Junior e a advogada Janaína Paschoal. A advogada defendeu em sua exposição que o Senado poderia incluir fatos relativos à Lava Jato no processo de impeachment.
Segundo Janaína afirmou, 15 das 65 páginas da denúncia são voltadas à suposta ligação do governo Dilma com o esquema de corrupção investigado pela Lava Jato. "Vossas excelências têm toda liberdade para se debruçarem sobre as 65 páginas da denúncia", disse a advogada.
A defesa do governo tem afirmado que o a inclusão de novos fatos nessa fase do processo afeta o direito de defesa da presidente. Cardozo comparou a eventual inclusão da Lava Jato com a situação do personagem literário Josef K, do livro "O Processo", do escritor checo Franz Kafka, que é preso e passa a responder a um processo no qual não fica clara qual a acusação.
"Querer colocar outros fatos agora significa desestabilizar completamente o objeto do processo e matar a possibilidade de defesa. Transformar esse processo em um processo kafkiano. De repente nós estamos transformando a presidente da República no Josef K, do Franz Kafka. Ou seja, não sei do que está sendo acusado. A Lava Jato. Qual é a acusação contra ela na Lava Jato? Não tem nenhum inquérito aberto contra ela."

Fonte: UOL

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