Remédio de R$ 7 milhões deve atender mais de 100 pacientes com AME
| Fonte: Agência Brasil Foto: Bruno Peres/Agência Brasil |
O Ministério da Saúde deu
início, nesta quinta-feira (15), aos primeiros atendimentos com o Zolgensma no
Sistema Único de Saúde (SUS). O medicamento - um dos mais caros do mundo,
podendo custar cerca de R$ 7 milhões na rede privada - é usado para tratar a Atrofia Muscular Espinhal (AME) tipo 1,
e foi incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) recentemente.
A aplicação do remédio ocorreu
simultaneamente em Brasília e no Recife. Na capital do país, o ministro da
Saúde, Alexandre Padilha, compareceu ao Hospital da Criança José Alencar para
acompanhar o caso de uma bebê diagnosticada com a AME tipo 1.
"O Brasil está entre os seis
únicos países que oferecem essa medicação extremamente inovadora, uma medicação
cara para as famílias. Normalmente, o tratamento varia entre R$ 7 milhões a R$
11 milhões a dose. Seria impossível para as famílias arcarem com esse
custo", destacou Padilha.
A incorporação do tratamento foi
viabilizada por meio de um acordo firmado com a indústria internacional, que
condiciona o pagamento ao resultado da terapia no paciente. Antes da oferta de
tecnologias para AME tipo I no SUS, crianças com a doença tinham alta
probabilidade de morte até dois anos de idade.
Segundo o ministro da Saúde, há três novos pedidos do medicamento para pacientes no SUS, que vão entrar em um protocolo de exames e atendimentos. Esse protocolo estabeleceu um fluxo específico para o tratamento da doença na rede pública. A estimativa do ministro é que mais de 100 pacientes com recomendação para o uso do remédio sejam atendidos nos próximos anos.
"A expectativa é incluir, em
dois anos, entre 130, 135, 140 casos. Isso aí pela projeção e
estatística", informou.
A indicação desse tipo de
terapia é para pacientes de até seis meses de idade que não estejam com a
ventilação mecânica invasiva acima de 16 horas por dia. De acordo com o
Ministério da Saúde, com a incorporação do Zolgensma, o SUS passará a ofertar
para AME tipo 1 todas as terapias modificadoras desta doença.
Segundo dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre os 2,8 milhões de
brasileiros nascidos vivos em 2023, cerca de 287 foram diagnosticados com a
doença. Na prática, o tratamento faz uso do medicamento substituindo a função
de um gene ausente ou que não está funcionando corretamente. A doença rara
afeta os movimentos do corpo e a respiração.
Protocolo
Para iniciar o tratamento, a
família do paciente deve procurar um dos 28 serviços de referência para terapia
gênica de AME, presentes no Distrito Federal e nos estados de Alagoas, Bahia,
Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraíba,
Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do
Sul, Santa Catarina e São Paulo.
O paciente será acolhido e passará por uma triagem orientada
pelo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atrofia Muscular Espinhal
5q Tipos 1 e 2, estabelecido pelo Ministério da Saúde. Antes do acordo,
o Zolgensma já era ofertado pelo Ministério da Saúde em cumprimento a mais de
160 ações judiciais.



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