Brasil| Caixa confirma que serão fechadas até 120 agências no país
O
presidente da Caixa, Gilberto Occhi, afirmou nesta terça-feira, 28, que no
processo de revisão de agências estão de 100 a 120 unidades que permanecem
deficitárias e passarão por processo de intervenção, seja por meio do
fechamento ou de fusão com outras unidades, ou ainda mudança para outro lugar e
também uma diminuição.
De
acordo com ele, esse processo será efetivado assim que for encerrado o processo
de demissões.
Occhi
afirmou ainda que a Caixa estima adesão de 5 mil funcionários ao Programa de
Demissão Voluntária (PDV).
O
banco espera que a economia gerada pelo PDV aconteça já a partir do início do
ano que vem, a qual está estimada em R$ 975 milhões ao ano após o payback, ou
seja, descontado as despesas com as demissões.
Eficiência
“O
crescimento do resultado operacional, a redução da inadimplência e o controle
de gastos da Caixa em 2016 são indicativos claros de que o banco está trilhando
com firmeza o caminho da melhoria da eficiência”. Com estas palavras, o
presidente da Caixa introduz o informe de resultados da instituição referente
ao exercício de 2016.
O
banco destaca que o índice da eficiência operacional teve melhora de 1,6 ponto
porcentual no ano, para 52,1% ao final de dezembro, considerado o melhor índice
dos últimos dez anos, “reforçando o foco da instituição na continuidade das
ações para aumento da produtividade, ampliação das receitas, redução de gastos
e sustentabilidade dos resultados”, ainda conforme o comunicado.
Outros
pontos ressaltados na mensagem da administração foram o resultado operacional,
que teve um avanço de 272% em 12 meses; a margem financeira, que evoluiu 7,4%
para R$ 47 bilhões; e o índice de inadimplência, que teve redução de 0,7 p.p.
para 2,88% em 2016, “abaixo da média do mercado”.
Também
a linha “outras despesas administrativas” ganhou destaque no balanço, pois
aumentaram 5,8% sobre 2015, porcentual este abaixo da inflação acumulada no
período, de 6,3%. As despesas de pessoal aumentaram 6,5% em 12 meses.
“Com
o avanço das receitas e o controle das despesas, os índices de cobertura de
pessoal e administrativas continuaram a apresentar melhoria e aumentaram,
respectivamente, 1,9 p.p. e 1,4 p.p. em 12 meses, chegando a 106,7% e 67,6%”,
diz a Caixa.
Na
questão das receitas, o banco cita que a ampliação do relacionamento com
clientes gerou aumento de 8,4% nas receitas com prestação de serviços ante
2015, sendo que as de contas correntes, convênios e cobrança, e administração
de fundos de investimento, cresceram, respectivamente, 23,7%, 12,7% e 6,8% em
12 meses.
Venda
de ativos
O
presidente da Caixa afirmou que o banco irá buscar sobretudo eficiência para
alcançar melhoria em sua rentabilidade, ressaltando a mudança no mix das receitas
do banco, que deixaram de majoritariamente ser representadas por habitação.
“Tínhamos
participação de quase 70% das receitas compostas por imobiliário. Com a maior
presença em outros segmentos, houve mudança razoável, para 77% composta por
habitação, consignado e crédito para a infraestrutura”, afirmou durante
coletiva com a imprensa para explicar os números do ano passado.
Occhi
reiterou que o banco está em um novo movimento e que para atingir a meta de
melhorar o capital não ficará dependente da venda de ativos.
“Não
falamos mais de IPO (abertura de capital em bolsa) na Caixa Seguridade e a
venda da Lotex. Estamos com assessores contratados na Lotex e Caixa Seguridade,
mas aguardaremos o momento para quando houver informações satisfatórias”,
afirmou Occhi.
Ele
informou ainda que a venda ou o IPO dependem de condições do mercado e que, se
houvesse uma oportunidade, dariam continuidade ao plano. “Mas não podemos ficar
dependentes da venda de ativos e buscamos eficiência sem a venda de ativos”,
acrescentou.
Occhi
reiterou várias vezes que não há intenção do banco de recorrer a um aporte do
Tesouro para levar o banco a uma melhor condição de capital, rentabilidade ou
eficiência.
“Existe
um novo momento na Caixa, acrescentou. Nosso índice de inadimplência já é menor
do que 2016, o resultado operacional é melhor do que 2016 e o nosso esforço na
redução de despesas é feito de modo consistente para preservar a visão do
empregado da Caixa”, disse ainda.
O
executivo destacou ainda que o banco tem recursos disponíveis, a partir do
melhor uso do capital, para investimentos na área de governo e habitação, que
são as duas áreas que terão retomada econômica este ano.
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