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Economia| Medidas anunciadas pelo governo não retomam crescimento a curto prazo

Para especialistas, as medidas anunciadas na quinta-feira (22), pelo governo seguem corretamente em duas frentes. De um lado, abrem espaço para o alívio financeiros das famílias, graças à liberação de contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
De outro, trazem mudanças estruturais importantes, caso da minirreforma trabalhista e da queda dos juros no rotativo do cartão de crédito. No entanto, a avaliação dos economistas continua sendo que nenhuma das iniciativas anunciadas até agora leva à retomada do crescimento no curto prazo. "O governo iniciou mudanças estruturais com novas regras trabalhistas e, como disse o próprio presidente da república, melhorou o ânimo e as contas dos brasileiros dando, de presente de Natal, a liberação de contas inativas do FGTS, mas o cenário de crescimento continua no sufoco", disse a economista Alessandra Ribeiro, da Tendências Consultoria.

Alessandra fez as contas: os R$ 30 bilhões do FGTS, poderão, na melhor das hipóteses, acrescentar algo como 0,3% de crescimento em 2017 - e isso se metade dos recursos banquem o consumo, o que é não garantido. A tendência é que após o pagamento de dívidas, o dinheiro extra vá para a poupança. "O governo anunciou que haverá um cronograma para a liberação e, dependendo dos prazos, os efeitos serão tão diluídos que os podem ser ainda menores", afirmou a economista, que não vai mudar a projeção de 0,7% crescimento para o ano que vem.
O economista Sérgio Vale, da MB Associados, também mantém a sua projeção: 1% de crescimento. Vale concorda que o FGTS e a queda do juros no cartão ajudam no pagamento das dívidas e melhoram a confiança, o que é importante neste momento. No entanto, para ele, a diferença no cenário virá com a reforma da Previdência: "O governo anunciou medidas relevantes, mas tudo empalidece diante do desafio de aprovar a reforma da Previdência".
Novo ambiente
Todos concordam que a minirreforma trabalhista não vai ajudar, neste momento, na recuperação do emprego, porque as empresas não têm condição de contratar. Mas há consenso de que as medidas na área iniciam um novo ambiente nas relações entre patrões e empregados, que fará enorme diferença quando o País sair da recessão.
Na avaliação do professor de economia da Universidade de São Paulo, especialista em mercado de trabalho, Hélio Zylberstajn, transformar as negociações coletivas em força de lei, com a criação de um grupo de representantes dos trabalhadores dentro da empresa, é uma revolução e muda o modelo de relações do trabalho no Brasil.
"A negociação começa dentro da empresa e o sindicato só atua do lado de fora, por isso o governo está quebrando um tabu nas relações trabalhistas", disse. Mas ele destaca que será fundamental que as negociações sejam reconhecidas por sindicatos que representem a maioria, o que nem sempre ocorre. Com informações do Estadão Conteúdo.
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