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Alerta Máximo: explode o número de Mulheres vítimas de Violência Doméstica em 2025 em Alto Taquari

Foto Ilustrativa. Reprodução Anderson Albuquerque

Alto Taquari tem intensificado, ao longo de 2025, suas ações de enfrentamento e conscientização sobre a violência doméstica. O município, que possui uma sala especial destinada exclusivamente ao acolhimento de vítimas dentro da Delegacia de Polícia, também tem promovido debates públicos e eventos formativos voltados ao fortalecimento da Rede de Proteção.

O Alto Taquari em Pauta apresenta, com exclusividade, informações do Relatório de Violência Doméstica Consumada referente ao período de 1º de janeiro a 3 de dezembro de 2025. Os dados, obtidos pelo nosso jornalista Aparecido Marden, revelam que 36 ocorrências foram registradas na Delegacia de Polícia de Alto Taquari. Entre os tipos de violência constatados estão ameaça, lesão corporal, perseguição, injúria e descumprimento de medidas protetivas.

Os números revelam a seguinte distribuição:

  • Ameaça (Lei Maria da Penha) – 11 casos
  • Vias de fato – 9 casos
  • Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência – 5 casos
  • Perseguição (stalking) – 4 casos
  • Injúria – 4 casos
  • Lesão corporal dolosa por violência doméstica – 3 casos

Conscientização e políticas públicas

Em abril deste ano, o município realizou uma palestra central sobre violência psicológica contra a mulher, evento considerado estratégico para reforçar a rede de proteção e ampliar o entendimento da população sobre formas de violência que muitas vezes não deixam marcas visíveis, mas têm profundo impacto emocional e social.

Na ocasião, a prefeita Marilda Garofolo Sperandio, primeira mulher a comandar a administração municipal, destacou que o enfrentamento à violência doméstica exige informação, acolhimento e ação integrada entre poder público e sociedade.

“É importante estar frisando temas como estes, porque nós sempre estamos nos confrontando com casos de violência doméstica. Ainda temos muitos casos em que as mulheres não se dão conta de que estão sendo vítimas. Violência não é só física ou sexual, mas também psicológica e patrimonial. E são em debates como estes que a gente consegue ampliar a concepção do que realmente é a violência doméstica”, afirmou a gestora.

A LEI MARIA DA PENHA nº 11.340/2006

A especialista Dra. Rosymere Moraes Alves da Rocha (OAB/MT 32.499/O) reforça que a violência doméstica segue sendo uma dura realidade para milhares de mulheres no país. Ela destaca que as cinco formas previstas na Lei Maria da Penha — física, psicológica, sexual, patrimonial e moral — muitas vezes ocorrem de maneira invisível, silenciosa e difícil de reconhecer.

Segundo a advogada, apesar dos avanços nas políticas públicas, o apoio às vítimas ainda é insuficiente. Muitas mulheres não conseguem identificar que estão em situação de violência, especialmente quando não há agressões físicas. Manipulação emocional, controle, humilhações e dependência financeira são armadilhas que prendem a vítima ao ciclo abusivo.

Dra. Rosymere ressalta ainda que a sociedade não está preparada para acolher essas mulheres, e a falta de empatia contribui para o silêncio que fortalece o agressor. Para ela, somente uma rede de apoio forte, integrada e efetiva — envolvendo Estado, instituições e comunidade — pode oferecer segurança para que as vítimas denunciem e reconstruam suas vidas.

A independência financeira também é apontada como peça-chave para romper o ciclo da violência. “Capacitar e inserir essas mulheres no mercado de trabalho é essencial para que elas recuperem autonomia e dignidade”, afirma.

Por fim, a especialista lembra: o combate à violência doméstica é responsabilidade de todos. Cada gesto de acolhimento pode ser o início de uma nova vida para uma mulher vítima de violência.

Sala especial para atendimento às vítimas

Para garantir acolhimento adequado, segurança e sigilo, a Delegacia de Polícia de Alto Taquari mantém uma sala especial anexada à unidade, oferecida exclusivamente às vítimas de violência doméstica. O espaço proporciona um ambiente reservado para depoimentos, orientações e encaminhamentos, evitando que a mulher tenha contato com agressores ou com ambientes intimidadores.

Um chamado à conscientização

Apesar do trabalho realizado, os dados mostram que a violência doméstica continua sendo uma realidade no município, exigindo atenção constante. A administração municipal reforça que a denúncia é fundamental e que toda mulher tem direito à proteção — seja física, psicológica, moral, patrimonial ou sexual.

A população pode colaborar ficando atenta a sinais de violência, apoiando vítimas e incentivando a busca por ajuda. A rede local de proteção conta com a Polícia Civil, Polícia Militar, Ministério Público, assistência social e serviços de saúde, atuando de forma integrada para garantir segurança e amparo.

A mensagem é clara: violência doméstica não tem justificativa — e romper o silêncio é o primeiro passo para salvar vidas.

DISQUE DENÚNCIA 

Se você sofre ou presencia qualquer forma de violência doméstica, não se cale.
A denúncia é anônima, segura e pode salvar vidas. Procure ajuda pelos canais oficiais:

Lembre-se: o anonimato é garantido em todas as ligações. Denunciar é proteger.



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