WhatsApp Web vira porta de entrada para golpe que limpa conta bancária
| Fonte: Noticias ao Minuto Foto: Shutterstock |
Pesquisadores da empresa de
cibersegurança Trend Micro alertaram para um novo golpe que usa o WhatsApp Web
como porta de entrada para ataques em computadores. O vírus Sorvepotel, como
foi batizado, é disseminado por meio de arquivos maliciosos enviados em conversas
e grupos do aplicativo, além de e-mails falsos. Ao ser executado, o programa
malicioso permite que criminosos assumam o controle total do computador da
vítima, podendo roubar senhas e acessar contas bancárias.
Segundo Marcelo Sanches, líder
técnico da Trend Micro Brasil, o vírus cria uma “porta de comunicação” no
sistema, que passa a receber instruções externas de hackers. “A máquina da
vítima fica sob o comando do atacante”, explica. O malware afeta apenas
computadores com Windows e se disfarça como comprovantes de pagamento ou
orçamentos falsos, acompanhados de mensagens como “Baixa o ZIP no PC e abre”.
Os ataques têm dois principais
objetivos: roubar credenciais financeiras — por meio de versões falsas de sites
de bancos e corretoras de criptomoedas — e assumir o controle do WhatsApp Web
para enviar o mesmo arquivo malicioso aos contatos da vítima, ampliando o
alcance da infecção.
Dos 477 casos registrados, 457
ocorreram no Brasil, segundo a Trend Micro. Isso porque o malware foi projetado
para identificar configurações de idioma, formato de data e localização típicos
de computadores brasileiros. Até o nome “Sorvepotel” faz referência ao país: os
servidores usados pelos hackers têm endereços que lembram a expressão “sorvete
no pote”.
Uma vez instalado, o vírus cria
um arquivo de inicialização automática, o que garante que continue ativo mesmo
após o computador ser reiniciado. Embora ainda não existam relatos expressivos
de roubo de dados ou bloqueio de arquivos, os especialistas acreditam que o foco
atual dos criminosos é espalhar o malware para o maior número possível de
dispositivos.
A Trend Micro alerta que o ataque
também pode resultar em banimento de contas do WhatsApp, já que o envio
automático de mensagens é identificado pela plataforma como comportamento de
spam.
O WhatsApp recomenda que os
usuários não baixem arquivos nem cliquem em links de remetentes desconhecidos e
reforça que trabalha continuamente para tornar o aplicativo mais seguro.
Os pesquisadores apontam que o
vírus tem afetado principalmente computadores corporativos, explorando o uso do
WhatsApp Web em ambientes de trabalho. Embora o ataque não explore falhas do
aplicativo, ele se aproveita da distração dos usuários para transformar os
computadores em “zumbis digitais” controlados por hackers.
Para evitar infecções, a Trend
Micro orienta usuários e empresas a:
- Desativar downloads automáticos no WhatsApp;
- Restringir o download de arquivos em dispositivos corporativos;
- Treinar funcionários sobre os riscos de abrir anexos suspeitos;
- Desconfiar de mensagens que pedem permissões em navegadores;
- Confirmar o envio de arquivos por outros meios, como telefone ou pessoalmente.



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