Tarifa social de energia elétrica já está valendo: entenda como vai funcionar
Fonte: Agência Brasil Foto: Marcello Casal Jr.
A nova tarifa social de energia elétrica, que prevê gratuidade para famílias beneficiárias do Cadastro Único (CadÚnico) e que tenham consumo mensal de até 80 kWh, passou a valer no sábado (5).
A
MP foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) em maio. Câmara e Senado
terão de aprovar o texto em até 120 dias, a contar da publicação do ato. Caso a
MP não seja chancelada, as mudanças perderão a validade.
Segundo dados do governo, cerca
de 55 milhões de brasileiros serão beneficiados com desconto e 60 milhões com a
isenção na conta de luz.
Nesta reportagem, você vai saber
mais detalhes sobre o que está previsto na MP. Veja algumas perguntas e
respostas abaixo:
- Quem tem direito a tarifa social?
- Como funciona atualmente?
- Qual o impacto da medida?
- Qual a diferença da isenção para o desconto?
- Abertura do mercado de baixa tensão
- Propostas para equilibrar o setor
Quem tem direito a tarifa
social?
- Famílias do CadÚnico com renda mensal até meio
salário mínimo per capita;
- Pessoas com deficiência ou idosos (65+) no Benefício
de Prestação Continuada (BPC) — que também são inscritos no CadÚnico;
- Famílias indígenas e quilombolas do CadÚnico;
- Famílias do CadÚnico atendidas em sistemas isolados
por módulo de geração offgrid, isto é, módulos particulares, fora da rede
elétrica pública.
Como funciona atualmente?
Atualmente, apenas indígenas e
quilombolas têm gratuidade na conta de luz.
No caso de famílias de baixa
renda que estão no CadÚnico, atualmente, elas têm um desconto que pode chegar a
65% do total da conta de luz.
Portanto, com as novas regras, há
uma ampliação desses benefícios.
Qual o impacto da medida?
Estimativas do governo federal
apontam que 17 milhões de famílias serão beneficiadas, o que significa, na
prática, cerca de 60 milhões de pessoas contempladas.
Ainda segundo o Executivo, o
custo da isenção da tarifa é de R$ 3,6 bilhões por ano, que será compensado
pela abertura de mercado e reequilíbrio do setor (leia mais a seguir)
Qual a diferença da isenção
para o desconto?
Enquanto a isenção integral é a
nova tarifa social, que se refere à gratuidade para famílias beneficiárias do
Cadastro Único (CadÚnico) e que tenham consumo mensal de até 80 kWh
O desconto se refere ao
abatimento na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) — que custeia os
subsídios do setor elétrico — no consumo mensal de até 120 kWh para famílias
com renda entre meio e um salário mínimo.
💡A
CDE representa cerca de 12% da conta de luz. Ou seja, o desconto para as
famílias beneficiárias será nessa proporção.
Mercado livre de energia, em que
o consumidor escolhe o fornecedor para pagar menos na conta de luz, está em
expansão no Brasil — Foto: Reprodução/TV Globo
Abertura do mercado de baixa
tensão
A MP também prevê liberdade de
escolha para todos os consumidores de energia elétrica.
Atualmente, o chamado “mercado
livre” é restrito a grandes consumidores, como indústrias e estabelecimento
comerciais de grande porte.
Mas após a entrada em vigor da
MP, essa possibilidade será possível a partir do ano que vem:
- Agosto de 2026: indústria e comércio
- Dezembro de 2027: demais consumidores
Propostas para equilibrar o
setor
Para equilibrar as contas, o
governo prevê adotar uma série de medidas. Veja o que está na previsão do
Executivo:
- inclusão dos consumidores livres na base de
adquirentes da produção de energia elétrica das usinas Angra 1 e 2;
- inclusão dos consumidores livres na base de
consumidores que suportam os incentivos à geração distribuída por meio da
CDE;
- alocação mais justa dos encargos da CDE, com rateio
proporcional ao consumo, independentemente do nível de tensão;
- limitar a autoprodução equiparada à demanda mínima
de 30.000 kW e à participação mínima exigida do grupo econômico de cada
acionista no capital social, direto ou indireto, de, no mínimo, 30% do
capital social total;
- limitar a extensão dos descontos de uso da rede
(TUST e TUSD) para o segmento consumo.



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