Plano Safra 25/26 prevê R$ 89 bilhões para agricultura familiar
| Fonte: Agência Brasil Foto: © Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil |
Do total para a safra, R$ 78,2
bilhões são para o Pronaf, que este ano completa 30 anos de reconhecimento
da agricultura familiar para o desenvolvimento do país. Está mantida a
taxa de juros de 3% para financiar a produção de alimentos, como arroz, feijão,
mandioca, frutas, verduras, ovos e leite – caindo para 2% quando o cultivo for
orgânico ou agroecológico. Em cerimônia no Palácio do
Planalto, Lula comemorou a expansão do programa ao longo dos anos e a
manutenção das taxas de juros em baixa. “Eu vi uma quantidade de juros de
3%, de 2%, acho que a taxa mais alta é de 5% [em outras linhas de crédito]. É
importante registrar que uma taxa de juro a 5% numa inflação de 5% é taxa de
juro zero. É importante lembrar que uma taxa de juro a 3% num país com a
inflação de 5% significa menos dois, é menos que juro zero”, disse. “Nossos bancos estão fazendo
aquilo que historicamente não se fazia nesse país. É por isso que o programa
ganhou densidade nacional”, celebrou. O presidente também destacou a importância das linhas de incentivo à mecanização do campo, tanto para o aumento de produtividade das lavouras quanto para qualidade de vida dos pequenos produtores. Para Lula, esses incentivos também estimulam a indústria de produção de máquinas e equipamentos. “Quando nós criamos o Programa
Mais Alimentos, em 2008, a gente conseguiu um sucesso extraordinário, porque
foi o Programa Mais Alimentos que fez com que sobrevivesse a indústria
automobilística naquele instante, que estava vivendo uma crise, porque nós conseguimos
vender 80 mil tratores até 80 cavalos. E a mesma coisa está acontecendo agora”,
afirmou. “Ou seja, se a gente não criar as
condições, se a gente não provocar o empresário para que ele possa produzir
máquinas de acordo com o tamanho da terra… porque um cidadão que tem 10
hectares, ele não pode comprar uma máquina daquela que tem 50 metros de largura.
Não, ele precisa de uma máquina do tamanho da terra dele”, reforçou. Linhas de crédito Neste plano safra para os
agricultores familiares, foram criadas linhas de crédito para apoiar a
agroecologia, irrigação sustentável, adaptação às mudanças climáticas, quintais
produtivos, conectividade e acessibilidade no campo. Por exemplo, serão
dadas condições especiais para microcrédito voltado a mulheres rurais, com foco
em quintais produtivos, com limite de até R$ 20 mil em recursos, juros de 0,5%
ao ano e bônus de adimplência de 25% a 40%. De acordo com o governo, o
programa é um das demandas da Marcha das Margaridas de 2023. Quintais produtivos, também
conhecidos como quintais agroecológicos ou caseiros, são sistemas integrados
que combinam diversas práticas agrícolas, como hortas, pomares, criação de
animais de pequeno porte e o uso de plantas medicinais. São espaços ao redor da
casa, conduzidos por mulheres, que unem atividade produtiva com a rotina da
casa e os cuidados com a família. Outro destaque são os incentivos
para a mecanização, no contexto do Programa Mais Alimentos. O limite
para a compra de máquinas e equipamentos menores foi ampliado de R$ 50 mil para
R$ 100 mil com a manutenção da taxa de juros de 2,5%. Para máquinas
maiores, de até R$ 250 mil, a taxa de juros é de 5%, com subsídio do governo
federal para incentivar mais tecnologia no campo, “que impacta em mais
produtividade, qualidade de vida e alimentos”. Ainda, do total de recursos, no
âmbito do seguro agrícola, foram destinados R$ 1,1 bilhão para o Garantia-Safra
e R$ 5,7 bilhões para o Proagro Mais. O governo destinou também R$ 3,7 bilhões
para compras públicas de produtos da agricultura familiar, R$ 240 milhões para
assistência técnica e R$ 42,2 milhões para garantia de preço mínimo para três
produtos da sociobiodiversidade: babaçu, pirarucu e borracha. Também nesta segunda-feira, o
governo lançou o Programa de Transferência de Embriões, iniciativa inédita para
estímulos à inovação da cadeia leiteira e qualidade genética do rebanho. Complementando os recursos para o
setor rural, nesta terça-feira (1º/7), Lula anunciou o Plano Safra
2025/2026 para o agronegócio, com crédito rural e programas destinados
a médios e grandes produtores do país. Durante o evento, Lula
também assinou o decreto do Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos
(Pronara) que é, agora, uma das principais estratégias do Estado brasileiro
para a transição agroecológica. O objetivo é fomentar práticas
agrícolas “mais seguras, resilientes e saudáveis”, com ações integradas de
pesquisa científica, monitoramento de resíduos de agrotóxicos em alimentos e no
ambiente, fortalecimento da assistência técnica e ampliação do uso de
bioinsumos. O Pronara estrutura-se como um
instrumento de indução de políticas públicas voltadas à redução progressiva da
dependência do modelo agrícola baseado em insumos químicos sintéticos,
notadamente agrotóxicos, e à promoção de sistemas de produção sustentáveis, com
ênfase na agricultura familiar, na agroecologia e na produção orgânica. O governo apresentou dados da
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e da
Organização Mundial da Saúde (OMS) que apontam que o Brasil ocupava, em 2021, a
primeira posição mundial no consumo de agrotóxicos, respondendo por cerca de
22% do total utilizado globalmente. “Tal realidade reforça a urgência
da implementação de políticas públicas estruturantes voltadas à transição para
modelos agroecológicos de produção de alimentos. A institucionalização do
Pronara insere o debate sobre o uso excessivo de agrotóxicos no escopo das
políticas nacionais de desenvolvimento rural sustentável e de segurança
alimentar e nutricional”, afirmou o presidente. Ainda de acordo com o governo, o
programa é resultado de um processo participativo e interinstitucional,
conduzido por espaços de governança democrática, como a Comissão Nacional de
Agroecologia e Produção Orgânica e a Câmara Interministerial de Agroecologia e
Produção Orgânica, com ativa contribuição de órgãos públicos federais e
representantes da sociedade civil organizada. O programa contará com a
coordenação interministerial da Secretaria-Geral da Presidência da República,
em parceria com os ministérios do Desenvolvimento Agrário e Agricultura
Familiar (MDA), da Agricultura e Pecuária (Mapa), da Saúde, do Meio Ambiente e Mudança
do Clima (MMA) e do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à
Fome (MDS). |



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