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Alto Taquari: cadeirantes enfrentam desafio diário com rampas de acesso deterioradas e obstruídas

 
Footo: Aparecido Marden

Em Alto Taquari, a falta de rampas de acesso adequadas é um grande obstáculo para cadeirantes. Muitas estão danificadas, com calçadas em péssimo estado ou obstruídas por carros, transformando a acessibilidade – um direito fundamental – em um desafio diário. A Secretaria de Infraestrutura precisa agir com urgência para resolver essa situação.

No Brasil, é proibido estacionar em rampas de acessibilidade. Motoristas que ignoram essa regra cometem uma infração grave sujeita a multa e remoção do veículo, conforme o Código de Trânsito Brasileiro.

Moradores com deficiência e seus familiares relatam as dificuldades enfrentadas para se deslocar pela cidade. Muitas das rampas, que deveriam facilitar o acesso a estabelecimentos e vias públicas, estão com buracos, desníveis perigosos ou simplesmente intransitáveis devido à má conservação das calçadas ao redor. 

Mesmo com rampas de acessibilidade no hospital, o meio-fio elevado após recapeamento da rua cria uma barreira invisível, impedindo o acesso essencial para cadeirantes.

"É frustrante tentar usar uma rampa e encontrar um obstáculo ainda maior. Parece que somos esquecidos", desabafou dona Antônia as 06h45 do dia 21, quando me encontrou na porta do hospital - esta matéria é uma solicitação dela; estou dando voz à sua perspectiva como cadeirante.

A questão da acessibilidade em Alto Taquari não é nova. Em 2012, o município assinou um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o Ministério Público, comprometendo-se a construir calçadas que garantissem a acessibilidade no perímetro urbano. Na época, o Departamento de Fiscalização chegou a orientar os proprietários sobre a necessidade dessas construções, e alguns atenderam à recomendação. No entanto, a manutenção dessas estruturas parece ter sido negligenciada ao longo dos anos.

Além disso, o Código de Posturas do município, em seu artigo 75, é claro ao determinar o livre trânsito de pedestres e veículos em ruas, praças, passeios e estradas públicas, exceto em casos de obras ou determinações do Poder Público. A condição atual das rampas e calçadas contradiz diretamente essa premissa, dificultando não apenas a vida dos cadeirantes, mas também de idosos, pais com carrinhos de bebê e qualquer pessoa com mobilidade reduzida.

É imperativo que a Secretaria de Infraestrutura inclua urgentemente em sua agenda de atividades um plano de manutenção e recuperação das rampas de acessibilidade e das calçadas em toda a cidade. A inação não apenas desrespeita o direito à inclusão, mas também o compromisso assumido em documentos oficiais. A população de Alto Taquari, especialmente aqueles que dependem dessas estruturas, aguarda uma resposta e ações concretas por parte da administração municipal.



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