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Anti-inflamatório produzido pela USP alivia dores em cães com artrose

Fonte: TV Cultura Foto: Reprodução/Unsplash


Pesquisadoras da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP desenvolveram uma nova formulação anti-inflamatória para o tratamento de cães com osteoartrite, uma doença crônica que afeta a mobilidade e a qualidade de vida de animais idosos.

De acordo com informações publicadas no Jornal da USP, a inovação utiliza nanocristais de firocoxibe, princípio ativo já presente em medicamentos veterinários. Durante testes realizados com cães da raça beagle, a nova formulação oral líquida dobrou a concentração do firocoxibe no sangue dos animais em comparação aos medicamentos convencionais.

Uma das vantagens desse potencial tratamento está na forma de apresentação. A formulação líquida é mais fácil de ser administrada aos pets, enquanto os comprimidos mastigáveis disponíveis no mercado apresentam baixa solubilidade em água, o que limita sua absorção e os efeitos terapêuticos no organismo.

Em entrevista ao Jornal da USP, Luiza Oliveira Macedo, autora da pesquisa, explicou que a ideia para o desenvolvimento da fórmula surgiu a partir de uma demanda do mercado veterinário por uma versão líquida do firocoxibe, até então disponível apenas em comprimidos mastigáveis. Segundo ela, os medicamentos líquidos facilitam a administração, pois as doses podem ser ajustadas de acordo com o peso do animal, evitando a necessidade de partir comprimidos.

Após a realização de testes de toxicidade, feitos inicialmente em larvas de Galleria mellonella, espécie de mariposa amplamente utilizada como modelo biológico em pesquisas farmacêuticas, não foram observados efeitos adversos significativos.

Com os resultados positivos, os ensaios foram estendidos para cães, a espécie-alvo de um futuro medicamento com o princípio ativo nanoestruturado. Um grupo recebeu uma dose única da nova formulação com nanocristais, enquanto o outro foi tratado com o medicamento convencional.

Um pedido de patente foi recentemente registrado pela Agência USP de Inovação (Auspin) junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). Segundo Luiza, o processo envolve testes rigorosos e pode levar anos até que o produto esteja disponível comercialmente. O desafio, agora, é reproduzir a formulação em escala industrial, com segurança e qualidade uniformes em cada lote.


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