Por que nossos órgãos envelhecem de forma diferente
Fonte: Bem Estar Foto: Milachalpadmashanti para Pixaba |
Quando pensamos em nossa idade, o
que vem à mente é o número que nos acompanha o ano inteiro, até o aniversário
seguinte. No entanto, em nosso organismo, há nuances: os órgãos apresentam
diferentes graus de envelhecimento. De acordo com os especialistas, os ovários,
por exemplo, já se encontram numa fase “geriátrica” quando a mulher está na
casa dos 30! É possível comparar com um carro: a pintura pode durar décadas e o
motor continuar funcionando (se a manutenção for de qualidade), mas algumas
peças precisam ser trocadas...
Muitos cientistas vêm se
dedicando a estudar as características do relógio biológico e um dos primeiros
a brilhar nesse campo foi Steve Horvath, da Universidade da Califórnia Los
Angeles (UCLA). Em 2013, ele apresentou seu “relógio Horvath”, capaz de medir
alterações do DNA que vão ocorrendo ao longo do tempo.
O neurocientista Andrew Zalesky,
professor da Universidade de Melbourne e criador do DunedinPace, um outro
“relógio epigenético”, mostrou em estudo publicado na “Nature Medicine” que o
envelhecimento de um sistema do corpo humano pode afetar profundamente os
demais sistemas e órgãos. A degradação do sistema pulmonar tem efeito no
coração que, por sua vez, provoca o declínio de outros sistemas – cada ano de
envelhecimento biológico do coração representa uma “taxa extra” de mais 27 dias
na idade do cérebro.
O objetivo é, no futuro,
transformar em alvos os órgãos que estão se desgastando mais rapidamente para
tentar deter os danos sofridos e seus efeitos sobre o resto do organismo.
Por enquanto, a ciência avança
com uma grande parceira dos pesquisadores: a drosófila, ou mosca-da-fruta.
Cerca de 75% dos genes associados a doenças que acometem os seres humanos têm
um correspondente no inseto. Um time composto por profissionais de diversas
instituições criou um atlas no qual mapeou o processo de envelhecimento de 163
tipos de células da mosca-da-fruta, cada uma com seu próprio padrão: enquanto
as do cérebro envelhecem lentamente, as dos músculos e fígado se deterioram
mais velozmente. As conclusões foram publicadas na revista “Science”.
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