Saúde| Fux diz que STF vai limitar ações por remédios de alto custo
O
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux disse ontem acreditar que a
decisão da Corte sobre a oferta de medicamentos de alto custo pela rede pública
não deverá ser no sentido de obrigar o Estado a dar tudo a todos. Em julgamento
iniciado em setembro e ainda sem data para terminar, o Tribunal avalia a
obrigatoriedade do governo em fornecer remédios que não constam da lista do SUS
ou que não tenham registro no País.
Segundo
Fux, o STF deverá estabelecer critérios para o fornecimento de remédios pela
rede pública. "Não (será tudo para todos). Vai ser uma solução sob medida.
O Supremo será o artesão na solução desse caso. Vai ser uma decisão de
alfaiate", disse ele na tarde de ontem, após participar de painel sobre
judicialização no Summit Saúde Brasil, evento promovido pelo Estado em São
Paulo.
Fux
afirmou não poder adiantar o voto que defenderá no julgamento, mas antecipou
seu entendimento. "Sou a favor de uma fórmula que faça prevalecer o
direito fundamental do cidadão à saúde, que está na Constituição. Mas acho que
o Supremo vai estabelecer critérios. Há casos excepcionais que merecem soluções
excepcionais", afirma. Já votaram os ministros Marco Aurélio Mello, Luís Roberto
Barroso e Edson Fachin, todos no sentido de autorizar o fornecimento só em
casos excepcionais.
Também
presente no Summit, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse ter certeza de
que o Supremo terá "bom senso na decisão", mas afirmou que o gasto com
compra de remédios de alto custo acima do previsto em orçamento poderá
desestruturar o sistema público.
"Nós
vamos cumprir as decisões, como temos feito, apenas que isso desestrutura todo
o nosso sistema e, se as decisões forem muito exigentes, desestruturam outros
sistemas do governo, que terão de socorrer à Saúde", afirmou.
Barros
disse ainda que o governo federal tem como meta restabelecer em um ano o
financiamento de serviços do SUS que deixaram de receber recursos da União, o
que já resulta numa dívida de R$ 3,5 bilhões com Estados e municípios. "O
governo já reconheceu que esses serviços estão funcionando, mas não publicou a
portaria que permite o pagamento mensal do aporte de cofinanciamento do governo
federal", disse Barros, justificando a situação à falta de caixa da União.
Zika
O
ministro afirmou que, após quase um ano de atraso, a compra de repelentes para
distribuição entre gestantes do Bolsa Família para a proteção contra o vírus
zika finalmente está sendo feita. Ele não informou quantas mulheres serão
beneficiadas, mas disse que a distribuição do produto começará em novembro.
Serão investidos R$ 300 milhões por ano.
Do NoticiasAominuto
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