Política| Dilma entrega nesta quinta defesa de fase intermediária do impeachment
A
defesa da presidente afastada Dilma Rousseff tem até as 18h30 desta
quinta-feira (28) para entregar as alegações finais da petista na fase
intermediária do processo de impeachment. O documento será entregue à comissão
especial do Senado que analisa o caso.
O
prazo inicial para entrega das alegações finais se encerrava nesta quarta-feira
(27). No entanto, o presidente da comissão, Raimundo Lira (PMDB-PB), concedeu,
a pedido da defesa, mais um dia para o envio das considerações finais. O
advogado de Dilma, o ex-ministro José Eduardo Cardozo, solicitou mais prazo
porque o site do Senado, onde estão disponibilizados documentos do processo,
ficou indisponível no final de semana.
Segundo
apurou o G1, nas alegações finais, a defesa de Dilma vai tentar reforçar a tese
de que a petista não cometeu crime de responsabilidade ao praticar as
“pedaladas fiscais” – atraso de pagamentos da União para bancos públicos nos
subsídios concedidos a produtores rurais por meio do Plano Safra – e ao editar
decretos de crédito suplementar sem autorização do Congresso Nacional.
Para
isso, os advogados da petista vão incluir, nas alegações finais, o recente
pedido do Ministério Público do Distrito Federal para que a Justiça Federal
arquive uma investigação aberta para apurar se houve crime em operações de
crédito feitas por autoridades do governo da presidente afastada Dilma Rousseff
nas chamadas "pedaladas fiscais".
Para
o procurador da República Ivan Cláudio Marx os atrasos de pagamentos não
configuraram crime por não se tratarem de operações de crédito. A acusação tem
dito que as pedaladas são empréstimos bancários, o que é vedado pela Lei de
Responsabilidade Fiscal e, por isso, caracterizam crime de responsabilidade.
No
entanto, no despacho, Marx afirma que as operações configuram improbidade
administrativa porque tinham a intenção de melhorar artificialmente as contas
públicas da União em período eleitoral, configurando, assim, improbidade
administrativa, um delito civil.
Veja os próximos passos da
fase intermediária do impeachment:
–
Quinta-feira (28/7): Entrega das alegações finais da defesa de Dilma Rousseff;
–
De 29/7 a 1º/8: Período para elaboração do parecer do relator Antonio
Anastasia;
–
Terça-feira (2/8): Leitura do parecer na comissão especial;
–
Quarta-feira (3/8): Senadores do colegiado discutem o parecer;
–
Quinta-feira (4/8): Votação do parecer na comissão;
–
Sexta-feira (5/8): Leitura do parecer no plenário principal do Senado;
–
Terça-feira (9/8): Início da discussão e votação do parecer no plenário (sessão
pode se estender pela madrugada de quarta-feira (10/8).
Julgamento final
Se,
na sessão que terá início no dia 9 de agosto, o plenário principal do Senado
aprovar, por maioria simples, eventual parecer dizendo que a denúncia contra a
petista é procedente, Dilma vai a julgamento final.
Deverá,
então, ser concedido um prazo aos autores da denúncia para que apresentem, em
até 48 horas, uma peça chamada, no jargão jurídico, de libelo, que nada mais é
do que uma consolidação das acusações e provas produzidas. Eles também deverão
apresentar um rol de testemunhas.
Em
seguida, a defesa terá 48 horas para apresentar uma resposta, a contrariedade
ao libelo, e também uma lista de testemunhas.
Todo
o processo é encaminhado para o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo
Lewandowski, a quem caberá marcar uma data para o julgamento e intimar as
partes e as testemunhas. Deverá ser respeitado um prazo mínimo de dez dias para
se marcar o julgamento.
O
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), já disse em entrevista a
jornalistas que o julgamento final deverá ter início entre os dias 25 e 27 de
agosto, e pode ter de quatro a cinco dias de duração, com intervalos entre um
dia e outro.
Do G1
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