Brasil| Mesmo com baixo acesso a saneamento, Brasil ainda investe pouco no setor, diz CNI
Num
país em que metade da população não tem acesso à coleta de esgoto, o saneamento
é a área de infraestrutura que recebe o menor investimento no Brasil na
comparação com energia elétrica, telecomunicações e transportes, além de ter a
menor parcela de participação privada diante dos outros setores.
Os
dados correspondem a 2014 e estão presentes no estudo "O Financiamento do
Investimento em Infraestrutura no Brasil", publicado pela CNI
(Confederação Nacional da Indústria) nesta segunda-feira (18).
Segundo
dados reunidos pela pesquisa, entre 2007 e 2014 o investimento anual em
saneamento praticamente triplicou: saiu de R$ 3,7 bilhões para R$ 11 bilhões.
Mesmo com o avanço, em 2014 esse total correspondeu a apenas 8,4% dos R$ 130,1
bilhões investidos pelo governo e por empresas em infraestrutura.
Além
de pequeno comparado aos investimentos em outras áreas (R$ 37,4 bilhões para
energia elétrica; R$ 29,4 bilhões para telecomunicações; e R$ 52,3 bilhões para
transportes), um ritmo de R$ 11 bilhões anuais para o saneamento é insuficiente
para atender à meta, definida pelo governo no Plansab (Plano Nacional de
Saneamento Básico), de universalizar o serviço até 2033.
Quando
o governo lançou a meta, no fim de 2013, o investimento previsto para o período
2014-2033 era de R$ 508,4 bilhões --o que deveria significar, em média, um
investimento anual de R$ 25,4 bilhões. Mesmo se levados em conta os R$ 303
bilhões apenas para água e esgoto, a média de investimento anual deveria ser de
R$ 15,1 bilhões. No atual ritmo, a universalização só viria em 2054, de acordo
com estudo da CNI divulgado em janeiro.
Iniciativa privada ainda
tem baixa participação no setor
O
estudo também traz o dado de que, em 2014, a iniciativa privada contribuiu com
apenas 13,6% dos investimentos em saneamento, que abrange serviços de água,
esgoto, drenagem e resíduos sólidos. Um estudo da Abcon (Associação Brasileira
das Concessionárias Privadas de Água e Esgoto) divulgado em junho mostra que
empresas privadas são responsáveis por 5% das cidades brasileiras que recebem
serviços de abastecimento de água e captação e tratamento de esgoto.
A
associação defende a flexibilização das exigências e parâmetros de risco e as
condições para a tomada de recursos por parte da iniciativa privada. A Abcon
também afirma que há insegurança jurídica no setor, o que afastaria novos
investimentos privados. "São inúmeros os desafios do saneamento, mas sem
dúvida o maior de todos é colocá-lo no topo do ranking da agenda de prioridades
do Brasil", diz o órgão em comunicado enviado ao UOL.
De
acordo com dados do governo federal e do Instituto Trata Brasil, também
correspondentes a 2014, apenas 48,6% dos brasileiros têm acesso à coleta de
esgoto, e só 40% dele é tratado. Das cem maiores cidades brasileiras, só dez
tratam mais de 80% de seus esgotos.
Do Uol


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