Brasil| Estudante é presa suspeita de racismo durante 'pelada' em Goiânia
Uma
estudante foi presa neste domingo (17) suspeita de insultar um jogador durante
uma partida de futebol amador, em Goiânia. Segundo a polícia, Tiago Henrique
Ferreira Tavares, de 21 anos, alega que todas as vezes em que ele chutava a
bola, a torcedora o chamava de “preto” e “macaco”. Ao final da jogo, a polícia
foi acionada e todos foram encaminhados para Central de Flagrantes da Polícia
Civil.
De
acordo com o delegado Fernando Gili, a jovem foi autuada por injúria racial.
“Ela está sendo acusada de injúria racial, ela nega, diz que não fez nada, que
não disse nada. Conta que foi uma rixa entre rivalidades de times durante a
'pelada' e que os jogadores do time adversário estão querendo prejudicá-la. Já
a vítima alega que autora o chamou de preto, de macaco, e que ele, por se
sentir injuriado resolveu procurar a polícia”, afirmou ao G1.
O
caso aconteceu em um campo do Parque Amazônia, na capital. A suspeita estava na
torcida do “Tá Teno”, time que ganhou o jogo. Já Tiago Henrique era jogador do
Juventus de Aparecida de Goiânia, que foi eliminado após a derrota.
Ele
afirmou ao G1 que várias pessoas presenciaram a cena de racismo e que ele se
sentiu “profundamente ofendido”.
“Ela
ficava me ofendendo toda hora que eu pegava na bola, me chamando, além de
‘preto’ e de ‘macaco’, por vários outros termos que eu nem quero citar. Tinha
muita gente e todos viram que ela ficava me xingando. Até que o organizador do
campeonato chamou a polícia e nós viemos todos para a delegacia”, contou.
O
corretor de imóveis Marllon Cézar de Almeida, de 27 anos, prestou depoimento
como testemunha. Ele, que também jogou na partida, confirma que viu a torcedora
agredir verbalmente o colega.
“Eu
ouvi e vi ela dizendo várias coisas pesadas ao longo do jogo. O Tiago quis ir
em frente com isso para acabar com isso em nosso país, que não faz sentido
xingamento. Estávamos na semifinal de um campeonato, a gente fica apreensivo,
mas nada justifica isso”, afirmou o corretor.
Segundo
a Polícia Civil, a jovem deve ser liberada após pagar uma fiança de R$ 880.
“Vai ser lavrado um flagrante por injúria racial. Como ela não tem antecedentes
criminais, a fiança deve ser afixada no valor mínimo”, disse o delegado.
Ameaça
De
acordo com o Gili, um homem também prestou queixa contra Tiago alegando que foi
ameaçado por ele. “Uma pessoa prestou queixa contra a vítima também, alegando
que foi ameaçado pelo Tiago. Segundo o denunciante, o Tiago teria dito que no
dia do próximo jogo ‘ele ia o pegar’. Até então, o Tiago não foi ouvido
formalmente, mas vamos apurar tudo isso”, afirmou.
O
jogador nega que tenha ameaçado alguém. Ele reconhece que durante o jogo tanto
pessoas do time dele, quanto do adversário, discutiram. No entanto, ele alega
que tudo estava dentro do “clima de competição” e dentro de campo.
“Não
teve nada disto. Nós nem jogamos mais com eles mais, estamos eliminados, não
tinha nem porque essa suposta ameaça. Dentro de campo de fato teve discussão e
isso a gente relevou, porque o que acontece dentro do campo fica em campo. Mas
essa parte de racismo, me ofendeu até mesmo fora de campo, aí não tive como
relevar não, isso é crime”, disse.
O
delegado afirmou que está ouvindo todas as testemunhas para que possa tomar as
providências cabíveis.
Do G1


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