Empresários são maioria entre agressores de mulheres em MT
A maioria dos agressores de mulheres em Mato Grosso é formada por empresários, conforme o Anuário de Violência Doméstica e Crimes Sexuais realizado entre 2020 e 2024, e divulgado nesta terça-feira (16) pela Polícia Civil. Segundo o levantamento, 35% dos agressores têm ensino superior.
O estudo revela ainda que, nos
últimos quatro anos, o número de pedidos de medidas protetivas no
estado aumentou 200%, saltando de 2.061 para 6.223. Considerando apenas os
anos de 2023 e 2024, o crescimento nas denúncias foi de 27%.
Somente em 2024, foram
solicitadas 3.874 medidas protetivas. O balanço também aponta que houve 58
prisões com base em mandados de prisão preventiva, além de 680 prisões em
flagrante. Foram registrados ainda 537 casos de descumprimento das medidas
protetivas.
Segundo a delegada Judá Maali
Pinheiro Marcondes, titular da Delegacia da Mulher em Cuiabá, os dados
mostram que a cada ano mais mulheres têm buscado apoio da polícia.
“Há um aumento de mulheres que
começam a perceber qual é o seu verdadeiro papel na sociedade e começa a
procurar mais a polícia”, disse.
Conforme a delegada, os meses com
maior número de registros são outubro e maio. O
primeiro é impulsionado pelas campanhas do Outubro Rosa e o segundo, pela
valorização da mulher durante o mês das mães.
Procura por atendimento
Outro dado que chama atenção é o
padrão de procura por atendimento. As segundas-feiras, em horário comercial,
concentram a maior parte dos atendimentos nas delegacias. Já os plantões 24
horas registram maior demanda nos fins de semana, quando ocorrem os casos mais
graves.
As ocorrências mais comuns são:
ameaça, injúria, lesão corporal, violência psicológica, perseguição e
descumprimento de medida protetiva.
De acordo com a polícia, em
Cuiabá, 87% dos agressores cumprem as medidas impostas pela Justiça. O
recorte da capital também mostra que a maioria das mulheres que procuram ajuda
está em relacionamentos de até 10 anos. Casos envolvendo relacionamentos de
mais de 30 anos representam apenas 2% das denúncias.
Segundo a delegada, isso pode
indicar que mulheres em relacionamentos mais recentes têm mais facilidade para
romper o ciclo de violência. No entanto, os cinco primeiros anos após a
separação concentram a maior parte dos casos de agressão.
“Eu posso verificar é que os
homens abusivos eles demoram a perceber que aquela mulher tomou a decisão de
viver a sua vida, de que esse controle que ele acostumou a exercer, precisa ser
rompido”, concluiu Marcondes.



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