Brasil volta à lista de países com mais crianças não vacinadas, aponta OMS e Unicef
| Fonte: TV Cultura Foto: Freepik |
Em julho o Brasil retornou
à lista dos 20 países com maior número de crianças não vacinadas no
mundo, segundo relatório divulgado pelo Fundo das Nações Unidas
para a Infância (Unicef) e pela Organização Mundial da
Saúde (OMS).
O país, que havia deixado o
ranking em 2023, ocupa agora a 17ª posição, com 229 mil
crianças sem nenhuma dose da vacina tríplice bacteriana (DTP), que
protege contra difteria, tétano e coqueluche.
O número representa 16,8% do
total de crianças não vacinadas na América Latina e no Caribe em
2024. Apenas o México, com 341 mil crianças sem
vacinação, aparece em situação pior na região.
Mundialmente, nove países
concentram mais da metade das crianças sem imunização: Nigéria, Índia, Sudão, República
Democrática do Congo, Etiópia, Indonésia, Iêmen, Afeganistão e Angola.
O Brasil também figura atrás de países como Mianmar, Costa
do Marfim e Camarões.
O levantamento da OMS e do Unicef
aponta que o total de crianças brasileiras não vacinadas mais que dobrou em
relação ao ano passado, quando o país tinha 103 mil casos. Apesar
disso, houve sinais de recuperação na cobertura da primeira dose da DTP, que
havia caído para 70% em 2019, atingiu 68% durante
a pandemia em 2021 e subiu para 91% em 2024, embora
ainda aquém dos 99% registrados entre 2000 e 2012.
Em escala global, 14,3
milhões de crianças seguem completamente sem vacinação, sendo
consideradas “zero dose”. Outras 5,7 milhões receberam
apenas parte do esquema vacinal da DTP, composto por três doses. Ao
todo, quase 20 milhões de crianças perderam pelo menos uma
dose da vacina em 2024. Apesar de 115 milhões terem
recebido ao menos uma dose da DTP, apenas 85% completaram o
esquema básico.
O relatório também mostrou
preocupações com outras vacinas. A imunização contra o HPV, por
exemplo, chegou a 31% entre adolescentes do mundo em 2024,
ainda distante da meta de 90% estabelecida para 2030.
Para o sarampo, a cobertura vacinal global subiu de 83% para 84% na
primeira dose e de 74% para 76% na segunda,
mas segue abaixo dos níveis pré-pandemia.
O Unicef e a OMS também alertaram
para surtos de doenças. Na Europa, os casos de coqueluche
triplicaram e os de sarampo dobraram em 2024. Nos Estados Unidos, o
país registrou seu pior ano em infecções de sarampo desde que a doença foi
considerada eliminada há 25 anos, com 1.288 casos confirmados
em 2025.



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