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A pedido da Ampa, Mapa autoriza plantio excepcional de soja a partir de 1º de setembro em MT; entenda

 

Fonte: Canal Rural  Foto: Rafael Silvério 


O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) autorizou o cultivo excepcional de produção comercial de soja em Mato Grosso a partir de 1º de setembro. A medida visa mitigar o risco climático na cultura de algodão segunda safra.

A autorização foi expedida pelo Mapa no dia 16 de agosto, após solicitação de cultivo excepcional de soja no estado por parte da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa).

O calendário de semeadura da soja 2023/24 em Mato Grosso vai de 16 de setembro a 24 de dezembro. O período consta na Portaria nº 840 que estabelece os calendários de semeadura da oleaginosa, publicado no dia 11 de julho pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

O plantio a partir de 1º de setembro ocorreria ainda durante o período de vigência do vazio sanitário estabelecido no estado, que é de 15 de junho a 15 de setembro.

O diretor-executivo da Ampa, Décio Tocantins, explica que o pedido ao Mapa atende a uma demanda do produtor de algodão mato-grossense que produz soja em primeira safra. Segundo ele, as projeções climáticas atuais indicam chuvas para o início de setembro, o que possibilitaria a semeadura da oleaginosa.

“Agimos com a perspectiva de mitigarmos esse risco climático na cultura do algodão, como exemplo um eventual corte das águas em final de março e começo de abril. Aliás esse fato infelizmente ocorreu no ano de 2022, reduzindo drasticamente as produtividades do algodão mato-grossense nas suas diversas regiões de plantio”, pontua Tocantins.

Produtor deverá requer autorização para plantio excepcional

A autorização foi dada pelo Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas, da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), do Mapa. Conforme a autorização, o produtor que desejar antecipar o plantio da oleaginosa deverá fazer uma solicitação junto à Superintendência Federal de Agricultura do Mapa em Mato Grosso (SFA-MT).

O pedido de permissão de plantio excepcional poderá ser feito de forma eletrônica, ao qual o produtor requerente deverá enviar informações quanto ao seu responsável técnico, localização do plantio excepcional, croqui da área, além dos dados do cultivo como latitude e longitude dos talhões a ser implantados e um plano de prevenção e controle fitossanitário do patógeno ferrugem asiática.

A solicitação poderá ser feita no Portal SEI! (Sistema Eletrônico de Informações).

Autorização gera polêmica entre classe produtiva

A autorização do Mapa à solicitação da Ampa tem gerado discussões em meio ao setor produtivo de Mato Grosso, uma vez que a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) teve o seu pedido de extensão da semeadura da oleaginosa até fevereiro negado, além de o Ministério ter restringido o prazo de plantio até 24 de dezembro, sob a alegação de que o plantio mais tardio ampliaria a ponte verde para a proliferação da ferrugem.

Em seu parecer, a Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura destaca que, pela ferrugem asiática se tratar de uma doença foliar, os eventuais sintomas da doença podem aparecer somente a partir do estádio de desenvolvimento V1, ou seja, primeiro nó foliar. A Secretaria pontua ainda, ao citar estudos da Embrapa, que s primeiras semeaduras realizadas após o vazio sanitário tendem a apresentar sintomas da doença a partir da fase de enchimento de grãos, quando apresentam.

“Essas informações, somadas à já conhecida e tradicional responsabilidade fitossanitária que os produtores de algodão dedicam às suas lavouras de soja, de algodão, de milho, etc, nos levam a crer que a mitigação do risco climático nesta futura safra 2023/24 justificará essa medida”, diz o diretor-executivo da Ampa.

O Canal Rural Mato Grosso entrou em contato com o Ministério da Agricultura e Pecuária acerca da decisão, contudo até o momento não obteve retorno.



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