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Uma em cada quatro armas apreendidas pela PF é de uso restrito

BRASIL 

Fonte: R7  Foto: PIXABAY/REPRODUÇÃO


Uma em cada quatro armas apreendidas pela Polícia Federal nos últimos dez anos era de uso restrito. Dados obtidos pelo R7 mostram que a corporação apreendeu 22.654 armas de janeiro de 2013 a março de 2022, mas a PF admite que os dados podem estar desatualizos.

Do total de armas apreendidas no período, 27% (6.185) eram de calibres restritos, ou seja, aqueles que, por causa do maior potencial de dano, são autorizados apenas para as forças de segurança e para CACs (caçadores, atiradores e colecionadores de armas de fogo) – entre elas, havia 1.660 fuzis, metralhadoras e rifles. As armas de menor potência, como as de calibres 380 mm, 32 e 38, representaram 39% (9.015) das apreensões. Parte do material não é classificada.

São armas como as apreendidas pela Polícia Militar na região Metropolitana de Goiânia na última sexta-feira (22). Durante abordagem em uma blitz, os agentes pararam Matheus Pereira da Silva, de 26 anos, atirador esportivo registrado no Exército que guardava um arsenal de armas pesadas em casa e as fornecia para a facção criminosa Amigos do Estado, um braço do Comando Vermelho no Centro-Oeste.

Com ele foram encontrados 2 fuzis, 2 espingardas, 2 carabinas, 1 pistola Glock calibre 9mm, 1 pistola Glock calibre .40 e 1 pistola Taurus G2C calibre 9mm. Além disso, Pereira também tinha cerca de 500 munições, coletes à prova de balas, carregadores e drogas.

No Brasil, o registro de armas de fogo pode ser feito de duas formas: pelo Sinarm (Sistema Nacional de Armas), da PF, e pelo Sigma (Sistema de Gerenciamento Militar de Armas), do Exército. Esse último é exclusivo para registro de armas para militares e, no caso de civis, para os CACs

Para conseguir o registro na PF é preciso ter no mínimo 25 anos, declarar a necessidade de possuir arma de fogo, comprovar que não tem antecedentes criminais e que não responde a inquérito policial ou a processo criminal, comprovar ocupação lícita, ter residência fixa e capacidade técnica e aptidão psicológica para manuseio de arma de fogo. Os aprovados em todas as etapas podem ter quatro armas de calibre permitido e 200 munições por ano.

Quem opta por ter o registro do Exército também passa pelas fases de checagem psicológica e de idoneidade, além de precisar ser filiado a um clube de tiro. Por causa disso, o processo demora até seis vezes mais. No entanto, após o aval do Exército é possível ter acesso a uma quantidade maior de armas, inclusive de uso restrito.

Atualmente, atiradores podem ter 60 armas, sendo 30 de uso restrito. Caçadores, até 30 armas, 15 delas de uso restrito. Para colecionadores não há limite de quantidade: é possível ter até cinco peças de cada modelo, além de 6.000 balas. Quem tem registro de CAC pode ter, por exemplo, fuzis semiautomáticos calibres 5.56 e 7.62. O raio de letalidade desse tipo de fuzil é de até 2.500 metros e o alcance pode chegar a 5 quilômetros. Entre 2013 e 2022, 190 armas como essas estavam em poder do crime e foram apreendidas pela Polícia Federal.

 



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