;

Especiais

Brasil| Temer é 1º presidente denunciado por corrupção; veja próximos passos

Com informações do Notícias ao Minuto 
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou nesta segunda-feira (26) o presidente Michel Temer pelo crime de corrupção passiva, como parte do inquérito que também investiga o peemedebista por obstrução de Justiça e organização criminosa.
A denúncia é resultado das delações premiadas dos executivos do frigorífico JBS e acusa Temer de ser o destinatário dos R$ 500 mil dados por Ricardo Saud, diretor da empresa, a Rodrigo Rocha Loures, ex-deputado federal e ex-assessor especial do presidente, em abril de 2017, em um shopping de São Paulo.

Apreendido pelos investigadores, o dinheiro seria, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), uma forma de propina para favorecer a holding J&F, dona da JBS, junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em um processo para reduzir o preço do gás fornecido pela Petrobras a uma empresa do grupo.
Em conversa gravada por Joesley Batista, um dos proprietários da J&F, Temer indica Loures, também denunciado por corrupção passiva, como uma pessoa "da mais estrita confiança".
O peemedebista tornou-se o primeiro presidente na história do país denunciado por corrupção durante o exercício do cargo, e as penas para esse crime vão de dois a 12 anos de prisão, além de multa.
Janot ainda pode denunciá-lo por outros delitos, como obstrução de Justiça, após a Polícia Federal ter enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira, um relatório no qual afirma que o presidente "incentivou" a realização de pagamentos ilegítimos da JBS ao deputado cassado Eduardo Cunha.
Além disso, a PF alega que o peemedebista deixou de "comunicar as autoridades competentes" sobre a "suposta corrupção de membros da Magistratura Federal e do Ministério Público Federal por parte de Joesley.
Próximos passos
Com a apresentação da denúncia, o STF solicitará ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a abertura do processo. Sem poder para barrar o caso, Maia o encaminhará para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
O colegiado dará um prazo de 10 sessões para o peemedebista se defender e de mais cinco para o relator elaborar seu parecer contra ou a favor do prosseguimento da denúncia. Em seguida, o texto do relator será votado em plenário.
Para determinar a instauração do processo, são necessários os votos de 342 dos 513 deputados, ou seja, dois terços do total. Caso a denúncia seja aceita, o presidente será afastado do cargo e julgado pelo STF, já que o delito do qual é acusado é um crime comum, e não de responsabilidade, como no caso de Dilma Rousseff, processada pelo Senado Federal.
Se Temer for afastado, o Palácio do Planalto será assumido interinamente pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), enquanto transcorre o processo. Em caso de condenação no Supremo, Maia será empossado na Presidência da República e terá 30 dias para convocar eleições indiretas. (ANSA)

Nenhum comentário

Política de moderação de comentários:
A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro pelo conteúdo do blog, inclusive quanto a comentários; portanto, o autor deste blog reserva a si o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Não serão aceitos comentários anônimos ou que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica, multiplicidade de nomes para um mesmo IP ou invasão de privacidade pessoal / familiar a qualquer pessoa. Comentários sobre assuntos que não são tratados aqui também poderão ser suprimidos, bem como comentários com links. Este é um espaço público e coletivo e merece ser mantido limpo para o bem-estar de todos nós.