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Alarmante| Dezoito mulheres são assassinadas em MT no 1º trimestre de 2017

Ivone foi morta após o término do relacionamento com o namorado 

Com informações do G1

Nos três primeiros meses deste ano, 18 mulheres foram assassinadas em Mato Grosso, segundo um levantamento da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp). A estatística do governo leva em consideração os casos de homicídios dolosos (quando há intenção de matar) cometidos contra vítimas femininas nesse período.

Conforme os dados, março foi o mês mais violento com metade das mortes registradas. Em janeiro, seis assassinatos foram registrados e, em fevereiro, três mulheres foram mortas.

Quase metade dos crimes foi cometida com o uso de arma cortante ou perfurante. Segundo a Sesp, oito mortes foram causadas por esse meio. As armas de fogo foram usadas para causar cinco assassinatos. Os outros homicídios foram cometidos com arma contundente (um caso) e outros meios não identificados (quatro casos).

Em março, uma mulher foi morta a facadas pelo marido em Brasnorte, a 580 km de Cuiabá. Depois de cometer o crime, o homem colocou fogo na casa. A vítima, Nair Anatália Jesus, de 52 anos, entrou em contato com uma amiga por telefone e disse que estava trancada no banheiro e que o marido, Evaldo Minervino, de 42 anos, estava tentando matá-la.

Do total de casos, cinco foram registrados na Grande Cuiabá. Ao todo, três homicídios foram registrados pela Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) na capital. Já em Várzea Grande, no mesmo período, duas mortes foram notificadas.

De acordo com a Polícia Civil, a violência sexual é um dos principais motivos para as mortes de mulheres. Em Cáceres, a 220 km de Cuiabá, uma mulher foi encontrada morta, nua e com diversas lesões no rosto e no corpo.

A vítima estava sem nenhum documento de identificação pessoal e estava nua às margens de uma estrada. O corpo da mulher foi submetido a realização de exames para saber se houve abuso sexual.

O término de relacionamentos também influencia o número de mulheres mortas. Em um dos casos, a estudante de direito Ivone Oliveira Gomes, de 24 anos, foi assassinada na quitinete onde morava, no Bairro Osmar Cabral, em Cuiabá, depois de terminar o relacionamento com o namorado. Luiz Otávio da Silva, de 25 anos, foi preso algumas horas depois que o corpo da vítima foi encontrado.

O casal namorou durante aproximadamente quatro meses e tinham terminado recentemente, mas ainda mantinham contato, já que estudavam no mesmo local e ele pretendia reatar o relacionamento.

Impunidade

Quase cinco anos depois, o assassinato da vendedora Juliene Anunciação Gonçalves, de 22 anos, ainda segue sem punição. Ela foi enforcada com um pedaço de fio elétrico após ter saído de uma casa de pagode. Depois, teve a calça amarrada ao pescoço para simular um suicídio.

O inquérito foi concluído menos de um mês depois do crime e um jovem chegou a ser preso suspeito de ter cometido o assassinato. Entretanto, o rapaz foi solto e, depois, a investigação foi reaberta. Ele foi apontado como o autor do assassinato porque o celular da vítima foi encontrado no carro dele.

A Polícia Civil concluiu e encaminhou o inquérito para o Ministério Público em dezembro de 2016 e pediu a prisão do suspeito de ter matado a jovem, mas a solicitação ainda está sob análise.


A morte de Juliene virou símbolo da luta contra a violência e assassinato de mulheres. No ano passado, por exemplo, com auxílio da família da vítima, foram realizadas manifestações no chamado #MaioJuliene. Em um dos protestos, foram colocadas cruzes na frente do Monumento Ulisses Guimarães, na Avenida Historiador Rubens de Mendonça, na capital, com os nomes de mulheres vítimas de homicídios em Mato Grosso.


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