Eleições 2016| Candidatos terão metade do tempo de exposição na TV
Os candidatos a prefeito terão
neste ano metade do tempo de exposição no horário eleitoral fixo no rádio e na
televisão, em comparação com a eleição de 2012. Em compensação, eles terão
direito a mais inserções - peças de 15 ou 30 segundos que são exibidas ao longo
da programação das emissores.
Com o alegado objetivo de cortar
custos, mudanças na legislação eleitoral feitas no ano passado reduziram de 45
para 35 dias a duração da propaganda eleitoral no primeiro turno. Além disso, o
horário eleitoral fixo dos concorrentes a prefeituras foi cortado de 90 minutos
por semana para 60. O tempo total do horário fixo vai cair de 19 horas e 30
minutos para 10 horas no decorrer de toda a campanha.
Já o número de inserções, no
decorrer de toda a campanha, vai aumentar de 1.350 para 1.470 minutos. Isso sem
contar o espaço dos vereadores, que pela primeira vez terão direito a inserções
- 980 minutos distribuídos ao longo dos 35 dias.
A importância do horário
eleitoral é maior para os candidatos novatos, que precisam de mais propaganda
por serem pouco conhecidos. João Doria (PSDB), em São Paulo, e Pedro Paulo
(PMDB), no Rio de Janeiro, montaram as maiores coligações em suas cidades para
tentar contornar esse problema.
Ranking
Doria, que nunca disputou cargos
eletivos, uniu 12 partidos ao PSDB e obteve 31% do tempo de propaganda. Em
termos proporcionais, é a maior fatia já obtida por um tucano na capital
paulista em 20 anos.
A seguir, no ranking dos maiores
tempos, aparecem Fernando Haddad (PT), com 26%, e Marta Suplicy (PMDB), com
20%. Celso Russomanno (PRB), líder nas mais recentes pesquisas de intenção de
voto, terá apenas 12% do tempo de propaganda no rádio e na TV.
Em cada bloco do horário eleitoral
fixo, Doria terá uma cota de pouco mais de 3 minutos. O tucano disporá ainda de
26 inserções por dia, quatro a mais do que o petista Haddad, candidato à
reeleição.
As inserções são vistas pelos
marqueteiros políticos como as armas mais poderosas de propaganda porque elas
chegam de surpresa aos eleitores, misturadas à publicidade comercial e em
horários diversos. Mesmo os espectadores desinteressados em política as
assistem.
Pedro Paulo, apadrinhado pelo
prefeito Eduardo Paes (PMDB), nunca disputou um cargo executivo - já foi
deputado estadual e federal. O peemedebista, ex-secretário da gestão Paes, é
apoiado por outros 14 partidos, o que lhe garantiu 35% da propaganda.
Porcentual mais do que o dobro da segunda colocada, Jandira Feghali, da aliança
entre PCdoB e PT.
O tempo de televisão é
majoritariamente distribuído de acordo com o tamanho das bancadas dos partidos
ou coligações na Câmara dos Deputados. Apenas 10% da propaganda é rateada
igualitariamente entre os candidatos.
'Mercado'
As megacoligações formadas por
Doria e Pedro Paulo mostram que teve alcance limitado um dispositivo
introduzido na legislação em 2015 para desestimular o "mercado" do
tempo de televisão.
Pela nova regra, apenas as
bancadas dos seis maiores partidos de uma coligação são contadas na
distribuição da propaganda. Ainda assim, Doria e Pedro Paulo se esforçaram para
formar coligações grandes e atrair partidos "nanicos". Na prática,
isso evitou que essas pequenas legendas se aliassem aos adversários.
Do Notíciasaominuto
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