Política| MPF-DF pede para Justiça arquivar apuração criminal sobre 'pedaladas'
O Ministério Público Federal em Brasília (MPF-DF) enviou
à Justiça Federal um pedido de arquivamento de uma investigação aberta para
apurar se houve crime em operações de crédito feitas por autoridades do governo
da presidente afastada Dilma Rousseff nas chamadas "pedaladas
fiscais".
As “pedaladas fiscais” consistiram no atraso do governo em
repassar a bancos públicos o dinheiro para que essas instituições fizessem o
pagamento de benefícios sociais e previdenciários.
A prática obrigou instituições como Caixa Econômica
Federal e Banco do Brasil a usar recursos próprios para honrar
os compromissos, numa espécie de “empréstimo” ao governo.
Em despacho enviado à Justiça, o procurador da República
Ivan Cláudio Marx diz ter analisado atrasos da União no repasse de verbas em
seis casos e conclui não ter havido operações de crédito sem autorização
legislativa (leia o despacho aqui).
Anteriormente, o Tribunal de Contas da União(TCU) havia apontado essa infração
criminal, mas, para o procurador do MPF, não houve crime.
Apesar de pedir o arquivamento e concluir que não houve
crime da equipe econômica de Dilma nas "pedaladas", o procurador
afirma no despacho que os atrasos nos repasses de recursos tinham a intenção de
melhorar artificialmente as contas públicas da União em período eleitoral,
configurando, assim, improbidade administrativa, um delito civil.
“Todos os atos seguiram o único objetivo de maquiar as
estatísticas fiscais, utilizando-se para tanto do abuso do poder controlador
por parte da União e do 'drible' nas estatísticas do Banco Central”, diz o
procurador Ivan Marx no despacho.
"Os atos narrados configuram, sem dúvida alguma,
atos de improbidade administrativa. Nesse sentido, o Inquérito Civil aguarda
apenas últimas diligências que tem o objetivo de delimitação de
responsabilidades", complementa.
Ele explica no documento que, após analisar documentos
do TCU e conversar com a equipe econômica de Dilma, concluiu que houve, na
verdade, inadimplementos contratuais, ou seja, os pagamentos não foram feitos
nas datas pactuadas, o que configura, apenas, o descumprimento de contratos com
os bancos.
Em outros casos, diz o procurador, as operações estavam
respaldadas em lei ou não existiu a intenção de realizar empréstimos ilegais.
Processo no Senado
Em tese, o pedido de arquivamento da investigação feito pelo MPF-DF à Justiça não altera o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff no Senado, que analisa se a petista cometeu crime de responsabilidade ao permitir o atraso nos repasses.
Mesmo assim, os argumentos utilizados pelo procurador
Ivan Marx no despacho reforçam a tese da defesa de Dilma de que não houve crime
nas "pedaladas fiscais".
Do G1


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