Meio Ambiente| A camada de ozônio finalmente está se recuperando
Quase
trinta anos depois de um acordo internacional banir o uso de
clorofluorcarbonetos (CFC), a camada de ozônio sobre a Antártida finalmente
está se recuperando. Se as previsões estiverem corretas, ela deverá se
regenerar completamente entre o meio e o fim desse século.
Susan
Solomon, química especializada em atmosfera do MIT, liderou um estudo publicado
na revista Science que apresenta claras evidências de que a camada está
demonstrando sinais de recuperação.
"Esse
é um lembrete de que quando o mundo se junta podemos resolver os problemas
ambientais" disse Solomon. "Acho que devemos dar os parabéns a nós
mesmos pelo bom trabalho."
Os
cientistas atribuem esse avanço ao Protocolo de Montreal assinado em 1987, que
baniu o uso de compostos clorados em refrigeradores e aerossóis, depois que
pesquisas apontaram que esses químicos subiam para a estratosfera e destruíam a
camada de ozônio.
Os
pesquisadores vêm monitorando a situação na região da Antártida desde 1980. O
buraco na camada de ozônio costuma aumentar todos os anos entre o final de
agosto e início de setembro e chega ao seu tamanho completo em outubro. Ele
varia a cada ano, já que as reações químicas que causam a destruição são
sensíveis aos raios solares, temperatura e nuvens que cobrem a estratosfera.
Por isso, os pesquisadores têm o desafio de perceber pequenos sinais de
recuperação.
O
buraco alcançou um tamanho recorde em outubro de 2015, chegando 23 milhões de
quilômetros quadrados; 20% maior que em 2014. O problema chamou a atenção de
Solomon e sua equipe. "Foi muito inesperado, achamos que havia uma relação
com as atividades vulcânicas", contou ao Gizmodo, explicando como o cloro
presentes na atmosfera se potencializam com minúsculas partículas liberadas
durante erupções.
A
equipe conseguiu provar que a erupção do vulcão chileno Calbuco contribuiu com
o aumento inesperado. Porém, eles fizeram outras descobertas. "Descobrimos
que setembro não tem uma variação meteorológica tão intensa como acontece em
outubro, e que é um mês sensível às atividades vulcânicas", conta Solomon.
Com
essas informações, os pesquisadores passaram a enxergar setembro como o melhor
mês para identificar os sinais de recuperação da camada. Foram reunidos
registros de 2000 a 2015 que continham dados importantes como a velocidade em
que ela se abre, o tamanho e profundidade média, as condições meteorológicas e
as atividades vulcânicas do período.
A
análise apontou que em setembro, o buraco diminuiu, em média, 4.5 milhões de
quilômetros quadrados desde 2000.
"Descobrimos
que pelo fato de haver menos cloro na atmosfera, o buraco da camada de ozônio
está se abrindo dez dias depois do que o esperado", disse Solomon.
"Isso gera um grande efeito nas médias registradas em setembro".
Susan
Strahan, química especializada em atmosfera da NASA e que não estava envolvida
no estudo, concorda que as evidências são bem animadoras. "É o surgimento
de uma tendência", disse ao Gizmodo, avisando que ainda é cedo para dizer
exatamente como a recuperação irá continuar. Isso porque os
clorofluorcarbonetos que estão na atmosfera se degradam em ritmos diferentes.
Enquanto alguns deles já sumiram, outros irão demorar décadas para se decompor.
A maioria dos pesquisadores, no entanto, esperam que a camada se recupere perto
de 2060.
"Eu
acho que muitas pessoas acham que as questões ambientais sempre acabam mal.
Nesse caso, a recuperação irá acontecer, mas levará tempo." concluiu Strahan.
Do MSN


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