Mato Grosso registra 100% de autoria esclarecida em feminicídios
| Fonte: PCJMT Foto: Reprodução |
A Polícia Civil de Mato Grosso registra índice de 100% de
esclarecimento de autoria nos crimes de feminicídio ocorridos no estado em
2025. O dado, presente em relatório preliminar do monitoramento realizado pela
Diretoria de Inteligência, reforça a eficiência das investigações qualificadas
conduzidas pelas unidades policiais.
De 1º de janeiro até o dia 26 de novembro deste ano, foram
registradas 51 mortes violentas de mulheres motivadas por razão de gênero. Os
casos ocorreram em diferentes regiões do estado, demonstrando que a violência
letal contra mulheres e meninas é descentralizada e atinge tanto grandes
centros urbanos quanto municípios de pequeno porte.
Apesar do número preocupante desse tipo de crime, o trabalho
investigativo apresenta desempenho expressivo com 43 inquéritos concluídos e
remetidos ao Poder Judiciário, representando 84% de conclusão dos feminicídios.
Outros oito inquéritos recentes permanecem em cartório, também com autoria
esclarecida, aguardando apenas a finalização dos procedimentos formais.
Embora os dados evidenciam forte empenho da Polícia Civil na
elucidação dos crimes, com altas taxas de conclusão e responsabilização, o
crescimento dos feminicídios acende um alerta.
A persistência desse tipo de violência demonstra que, mesmo
com respostas eficientes do sistema de justiça, a prevenção é um ponto
importante e que vem sendo reforçada. Um dos objetivos é a mudança de cultura e
a forma de pensamento dos agressores.
“Esse trabalho exige a aplicação de ações contínuas e
integradas de proteção, e principalmente de conscientização visando o combate à
violência de gênero”, disse a delegada-geral da Polícia Civil, Daniela Silveira
Maidel.
Nesse aspecto, conforme a delegada-geral, a Polícia Civil
tem investido não ampliação das estruturas físicas dos atendimentos
especializados e na formação dos policiais para garantir acolhimento as
mulheres quando busca pelos serviços policiais.
“Enfrentar a violência contra a mulher não é apenas
esclarecer crimes, mas prevenir que eles aconteçam. Por isso, além das
investigações qualificadas, temos priorizado a formação contínua dos nossos
policiais e a ampliação de espaços de atendimento humanizado. Já capacitamos
mais de 800 servidores e seguiremos avançando até que todas as equipes estejam
preparadas para acolher, proteger e orientar cada mulher que nos procura. A
prevenção passa pela mudança de cultura, e esse é um compromisso permanente da
Polícia Civil”, destacou a delegada-geral.
A Polícia Civil conta com 9 delegacias especializadas,
incluindo um plantão 24 horas na capital, e 28 Núcleos Especializados de
Atendimento à Mulher e Pessoas Vulneráveis, com o objetivo de ampliar a rede de
proteção e assegurar atendimento descentralizado. Entre esses núcleos,
Rondonópolis, Várzea Grande e Alto Araguaia possuem estruturas integradas a
unidades de plantão 24 horas para o atendimento contínuo às vítimas.
Com vistas à expansão e qualificação do serviço, a PJC-MT
prevê a implantação de núcleos de acolhimento em todas as Centrais de Flagrante
das sedes regionais do interior do Estado. A iniciativa tem como meta
contemplar, já em 2026, o Plantão do município de Tangará da Serra.
Autores presos
A imensa maioria dos autores de feminicídio já possui
situação processual definida ou encontra-se sob controle das autoridades, o que
evidencia alta resolutividade policial e forte eficiência investigativa.
Os dados revelam que o Estado atuou de forma efetiva em
todos os casos. Um total de 44 autores estão presos, enquanto 7 morreram (5 por
suicídio após o cometimento do feminicídio e 2 mortos em outras
circunstâncias). Entre os suspeitos, apenas um homem permanece foragido, com
mandado de prisão expedido pela Justiça.


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