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Especiais

Chamei-te pelo teu nome, tu és meu

 

Já faz algum tempo que recebi uma mensagem muito bonita, contada por Tolba Phanem, que gostaria de compartilhar com vocês nessa meditação.


A mensagem, acompanhada por uma canção africana, conta que numa região da África, quando uma mulher está preste a dar a luz ao seu bebê, ela vai para a selva com outras mulheres. Lá, elas rezam até que aparece a canção da criança. Esta canção vai acompanhar a criança durante toda a sua vida: quando inicia a sua educação, na sua passagem para a vida adulta, no seu casamento e também no momento da sua morte. Uma canção para a vida toda.

No entanto, há também outros momentos onde as pessoas daquela comunidade se reúnem para cantar a música especial daquela pessoa: quando ela comete um erro grave. Assim, pedagogicamente, a comunidade não a maltrata ou castiga, mas lembra, através da sua canção, que ela pertence a um grupo que é responsável por ela, do mesmo modo que ela também é responsável pelo grupo.

Mas ainda não é só isso, as pessoas amigas também cantam a canção da pessoa para recordar a sua beleza quando ela se sente feia, para recordar a sua totalidade quando ela se sente vulnerável, para recordar sua inocência quando ela se sente culpada e o seu propósito quando ela se encontra confusa.

Penso que essa experiência da canção para toda a vida pode servir de exemplo para nós, pessoas cristãs. Também nós temos, de certa forma, a nossa canção: somos pessoas batizadas. O batismo expressa a ação de Deus em nosso favor que transforma nossa vida pessoal e comunitária. Ele não só marca o início da nossa vida cristã, mas é a partir dele que toda a vida comunitária se constitui. Na vivência diária do batismo, podemos experimentar “a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12.2)

Assim, como parte do corpo de Cristo, somos chamados e chamadas para essa belíssima função: lembrarmos, constantemente, as pessoas da comunidade de que são pessoas batizadas e chamadas a servir umas às outras na comunidade e também no mundo, com alegria, porque, pelo batismo, Deus nos acolheu em seus braços e nos chamou pelo nome. Por isso, não precisamos temer.

No entanto, para essa tarefa, precisamos confiar e nos colocar inteiramente nas mãos de Deus. No seu livro Por que ser cristão? Dez boas razões para crer em Jesus Cristo, crer na ressurreição, viver em comunidade, ler a Bíblia, amar ao próximo, do P. Gottfried Brakemeier, encontramos a seguinte afirmação: Nós não salvamos ninguém. Quem salva é Deus em Cristo. A Igreja não tem força para salvar. Não consigo “converter” o meu próximo se o Espírito Santo não o fizer. Ainda assim, é grande a responsabilidade da comunidade cristã. Deve anunciar o evangelho a todas as nações (Mateus 28.18), deve ensinar, denunciar, chamar, proclamar, colocar sinais de novidade, deve fazer audível e visível o Evangelho. É missão da igreja semear o reino de Deus, incansavelmente, com todas as técnicas possíveis. (...) Se missão cristã for isto, ela não tem nada de impositivo. É puro convite.

Uma das formas mais educativas e convidativas ainda é o exemplo de vida. Assim, como seria bom que as pessoas pudessem olhar para o nosso jeito de ser e agir e dizer, assim como disseram das primeiras comunidades cristãs: “Vejam como eles e elas se amam”.
Que o Deus da vida nos acompanhe na nossa caminhada. Que os nossos ouvidos estejam sempre abertos para ouvir a canção e o chamado de Deus.

7. Canto: Salmo 19 (Hino 383, HPD2)

8. Oração
Amado Deus, abra nossos olhos e toque com tua mão bondosa o nosso coração. Embala-nos com a tua canção e não nos deixes desanimar na caminhada. Dá-nos sabedoria para que possamos nesse tempo aqui, em companhia de irmãos e irmãs, refletir sobre a importante tarefa da Educação Cristã na tua igreja. Sê tu o nosso orientador maior. Em nome de Jesus Cristo, nosso Mestre e Salvador. Amém.


Fonte: Luteranos

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