Você sabia que existe câncer de mama masculino? Entenda
Fonte: Terra Foto: Thorsten Huber/istock |
Embora mais comum em mulheres, o câncer de mama também
acomete homens. É importante falar sobre eles porque o desconhecimento os
afasta do diagnóstico precoce. A consequência direta é tratamentos mais
agressivos e menores chances de cura, já que o câncer é comumente tratado em
estágio avançado.
Por isso, neste Outubro Rosa, o Terra chama atenção dos
homens para o autoexame e acompanhamento médico. Quanto antes descoberto o
tumor, melhor. Saiba mais sobre o assunto abaixo.
Frequência do câncer de mama masculino
A proporção é pequena: a cada 100 diagnósticos confirmados
em pessoas do sexo feminino, apenas 1 para o grupo masculino. Este ano, são
esperados cerca de 73 mil novos casos de câncer de mama em mulheres e cerca de
730 em homens em todo o Brasil.
A estimativa é repassada ao Terra pelo mastologista e
cirurgião oncológico Wesley Andrade, que destaca a importância de conscientizar
a população sobre o assunto para evitar diagnóstico e tratamento tardios.
Sintomas do câncer de mama masculino
Os principais sinais desse tipo de tumor são:
- nódulo palpável na mama
- retração da pele
- retração da auréola
- secreção pelo bico do peito
- gânglios debaixo do braço
"Ocasionamente, podemos ter alteração da pele, como
vermelhidão e o aspecto da pele grossa, como casca de laranja. Esses sintomas
são semelhantes aos do câncer no corpo da mulher em uma fase mais
avançada", pontua o médico.
Ao perceber a presença de um nódulo, o paciente precisa
consultar um médico. O profissional, então, vai avaliar a situação e, em caso
de suspeita, pedir os exames habituais, como mamografia e biópsia.
A análise desse último é que vai confirmar se é um nódulo
benigno ou maligno. "O que nós temos observado é que os homens acabam
retardando essa ida ao médico", lamenta o mastologista.
"Ele acaba ignorando a presença daquele pequeno
carocinho na mama, trata como um pelo encravado, um furúnculo e vai postergando
isso. Aí quando o paciente chega ao consultório médico, em geral essa lesão já
está grande, localmente avançada, o que demanda um tratamento mais agressivo,
com menores chances de cura", acrescenta.
Causas
Assim como outros tipos de câncer, a principal causa da
doença na mama está relacionada ao processo biológico de envelhecimento. Mas há
outros fatores de risco, como o histórico familiar, uso de hormônios femininos,
obesidade, consumo de álcool, tabagismo e radiação anterior na região do tórax,
usada para tratar linfomas, por exemplo.
De acordo com o mastologista, todo homem diagnosticado com a
doença na mama deve ainda passar por um teste genético para identificar se há
alteração no gene BRCA2. Em sua forma natural, o gene atua como um protetor
contra a formação do tumor. Assim, quando identificada a alteração, há maior
probabilidade da pessoa desenvolver o câncer.
"Isso tem uma relevância muito importante para a
família porque se ele tiver essa mutação genética, é importante tomarmos conta
e fazer o rastreamento de seus descendentes também, bem como fazer os testes
nos seus irmãos e ascendentes, pai e mãe", ressalta Andrade.
Tratamento
Conforme aponta o cirurgião oncológico, o tratamento é
"primordialmente cirúrgico". Como a mama do homem é muito pequena, a
proporcionalidade entre os tamanhos do nódulo e da mama muitas vezes exige a
realização de uma mastectomia, que é a retirada de todo o tecido mamário.
Há exceções quando o homem está com a mama volumosa. Nesses
casos, é possível adotar a quadrantectomia, nome dado à retirada apenas da
parte acometida pelo câncer.
Em todo atendimento, se analisa também a situação da axila
por meio de uma biópsia do linfonodo sentinela ou do esvaziamento axilar quando
o quadro clínico é mais avançado. O paciente ainda pode precisar de tratamentos
complementares, como quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia.
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