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Brasil| Temer será investigado por corrupção e obstrução da Lava Jato


Com informações da Exame

A Procuradoria Geral da República pediu a abertura de inquérito contra Michel Temer pela possível prática de corrupção passiva, constituição e participação em organização criminosa e obstrução à investigação de organização criminosa.

O pedido de abertura de inquérito também se refere ao senador cassado Aécio Neves e ao deputado paranaense Rodrigo Rocha Loures.

Segundo Janot, os possíveis crimes foram cometidos ainda no exercício do mandato, com conversas entre Temer e Joesley Batista que datam de março deste ano.

No texto do pedido de abertura de inquérito, Janot diz que foi possível verificar, com base na delação de Joesley Batista, que Aécio Neves, em artiulação com Michel Temer, tem tentado impedir o avanço das investigações da Lava Jato, crime de obstrução à Justiça.

Acusações

Janot baseia o pedido, principalmente, em quatro gravações de áudio entregues por Joesley Batista: o primeiro uma conversa com Michel Temer; o segundo e o terceiro diálogos com Rodrigo Rocha Loures; e o quarto com Aécio Neves.

Sobre o primeiro áudio, Janot destaca que Joesley falou a Temer das propinas pagas “todo mês, também” a Eduardo Cunha, “acerca da qual há a anuência do presidente”.

Eles também combinaram encontros noturnos, no Palácio do Jaburu, que Temer adotou como residência oficial, fora da agenda de compromissos do presidente.

No segundo áudio, gravado na casa de Rocha Loures, o ponto considerado mais grave é quando Batista cita que está pagando pela combinação de versões ou pelo silêncio de Eduardo Cunha e Lucio Funaro, ambos atualmente presos.

“Como se vê, Lucio Funaro e Eduardo Cunha continuam cometendo crimes, mesmo presos, para a manutenção dos interesses da Organização Criminosa, cuja principal intenção é a obstrução da Justiça”, diz Janot.

O terceiro áudio foi gravado no dia 16 de março deste ano em uma conversa entre Joesley Batista e Rodrigo Loures. Na conversa, Loures reclama que uma prática anticompetitiva da Petrobras com a EPE (Empresa Produtora de Energia), controlada pela J&F, que causaria perdas de 1 milhão de reais por dia–ou 300 milhões por ano.

A estatal estaria comprando gás da Bolívia e repassando à EPE por um preço abusivo. Joesley pede que a Petrobras ou não compre o gás boliviano ou venda à EPE pelo mesmo preço. Loures fala com Gilvandro Araújo, presidente em exercício do Cade, que teria entendido o recado.


Joesley afirma que poderá repassar 5% do montante (R$ 300 milhões). “Tudo bem, tudo bem”, responde Loures.



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