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Sextou com a psicóloga: Saúde mental ainda é um tabu?


Sabe aquele “preconceitozinho” enraizado quando se fala em psicólogo ou psiquiatra?

Atuando em diversos setores e segmentos da psicologia, a 14 anos, posso falar com autoridade para você, leitor, que o preconceito ainda é um dos principais empecilhos para que você procure tratamento com um psicólogo ou psiquiatra e, na maioria dos casos, o medo de ser visto “diferente” pelos outros por cuidar da sua saúde mental.

O meu primeiro contato com você é para mostrar que o preconceito tem um efeito prejudicial a todos que necessitam dessa ajuda especializada. E quando falo de ajuda especializada, me refiro aos psicólogos e psiquiatras. O medo de ser discriminado pode impedir à procura por estes profissionais e isso afeta, consecutivamente, a realização do diagnóstico no início da apresentação da doença e do tratamento adequado e necessário.

Ah! E, em alguns casos, você pode ter esse comportamento preconceituoso sobre si, em relação aos outros e Saúde Mental. Você pode ter receio de não ser aceito, ser considerado imprevisível, fraco, desequilibrado emocionalmente, além de ter sentimentos de vergonha, incapacidade, tristeza, angustia, medo, vontade de fugir e se isolar de determinados (ou todos) ambientes que frequentava livremente por acreditar que será julgado ou excluído.

Você pode até me contestar, dizendo que, hoje em dia, é impossível não saber da necessidade do cuidado com a Saúde Mental e doenças mentais com tantas informações disponíveis nos meios de comunicação. Se você não concordar comigo, e é válido, sugiro que você faça um teste: - observe como as pessoas abordam esse assunto em suas conversas cotidianas, falam de pessoas com algum diagnóstico. Infelizmente, verá muitos exemplos de comportamentos preconceituosos e, talvez, por isso muitos acabam evitando nossos serviços.

A falta de conhecimento em torno da importância da Saúde Mental, transtornos, condições e deficiência mentais tem sido o principal motivo para reforçar esse preconceito. E acredite, essa falta de conhecimento gera distorções sobre o que realmente é e faz com que muitas pessoas, até mesmo você,  a evitarem o que não conhecem.

Sabendo da necessidade de combater esse preconceito contra pessoas com algum diagnóstico mental, a Associação Brasileira de Psiquiatria criou o termo Psicofobia. Apesar de não ser usado no sentido clínico, no Brasil, tem um valor social para dar visibilidade a essa situação. E o mês de abril é voltado para discutir o estigma, prejuízo e preconceito que estas pessoas sofrem e evitar sejam afastados do convívio social.

Você sabia que há tem lei para combater a psicofobia e a prevê como crime a discriminação em torno das patologias mentais e seus portadores e diminuir esse preconceito?

De acordo com Lei 236/12, prevê como “crime de discriminação cometer abuso ou desrespeito contra transtornados ou deficientes mentais”. Além da lei, a PLS 74/14 aprovada pela Comissão de Direitos Humanos, em maio de 2014, enquadrou esse crime no Código Penal como injúria e prevê pena de 2 a 4 anos para quem o praticar.

Nós profissionais da área de Saúde Mental sabemos que a conscientização, tanto na saúde física como na mental, é importante e deve ser um cuidado diário. E entender que esse medo, pode ser, um preconceito baseado em informações superficiais, mas espero que o que foi exposto, aqui, o ajude a ter uma nova percepção e a enfrentar o medo em buscar tratamento especializado para cuidar da sua saúde mental.

Se você tiver alguma dúvida, seria um prazer esclarecê-la.

Fale comigo aqui. 


Um comentário:

  1. Anônimo3/18/2023

    Uma profissional de uma excelência ímpar, que sabe dar importância a cada momento dos seus pacientes.

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