quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Portaria amplia temporariamente prazo de auxílio-doença sem perícia

Fonte: Agência Brasil Foto: FABIO RODRIGUES-POZZEBOM/ AGÊNCIA BRASIL

Uma portaria conjunta publicada pelo Ministério da Previdência Social e pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) autoriza, em caráter excepcional e transitório, a ampliação do prazo máximo de duração do auxílio por incapacidade temporária concedido por meio do sistema Atestmed (sem perícia presencial).

De acordo com o texto, beneficiários que tiverem auxílios por incapacidade temporária concedidos por meio de análise documental, ainda que de forma não consecutiva, poderão se afastar por até 60 dias. A ampliação do prazo, segundo a portaria, vigora por um período de 120 dias, ou seja, até abril de 2026.

Entenda

Segurados do INSS que precisam solicitar o benefício por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) podem fazer o requerimento por meio de análise documental via Atestmed e ter o benefício concedido sem passar pela perícia médica. Mesmo segurados que já têm perícia presencial marcada podem fazer a solicitação.

Para solicitar o benefício apresentando apenas o atestado médico, o segurado deve acessar o site do INSS ou o aplicativo MeuINSS, já que é preciso anexar ao requerimento documentos médicos ou odontológicos que indiquem necessidade de afastamento das atividades habituais.

Solicitações de benefício por incapacidade realizadas pela Central 135 serão agendadas e poderão ser transformadas via sistema Atestmed, desde que o cidadão anexe a documentação necessária para a análise de forma remota.

Caso não seja possível conceder o benefício pela conformação dos documentos médicos ou odontológicos, será indicado ao cidadão que agende uma perícia presencial. O benefício, de acordo com o INSS, não será indeferido com base exclusivamente na análise documental.



Governo confirma salário mínimo de R$ 1.621 em 2026

Fonte: Agência Brasil Foto: Marcello Casal 


O Ministério do Planejamento e Orçamento confirmou nesta quarta-feira (10) que o salário mínimo será reajustado dos atuais R$ 1.518 para R$ 1.621, um aumento de R$ 103, um reajuste de 6,79%.

O valor foi confirmado após a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado no cálculo do reajuste anual do salário mínimo. O indicador registrou 0,03% em outubro e acumula 4,18% em 12 meses.  

O reajuste do salário mínimo será aplicado a partir de janeiro de 2026, com efeito no salário que o trabalhador recebe em fevereiro.

Entenda

A regra do reajuste do salário mínimo determina que o valor tenha duas correções: uma pelo INPC de 12 meses acumulado até novembro do ano anterior, ou seja, 4,18%, e outra pelo crescimento da economia de 2 anos.

No dia 4, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revisou os dados do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) de 2024, confirmando expansão em 3,4%.

No entanto, o arcabouço fiscal, mecanismo que controla a evolução dos gastos públicos, determina que o ganho acima da inflação seja limitado a um intervalo de 0,6% a 2,5%.

Pela regra, o salário mínimo de 2026 seria R$ 1.620,99 e, com o arredondamento previsto em lei, passa para R$ 1.621, reajuste de 6,79%.

Revisão

Os resultados dos índices farão o governo revisar cálculos para as contas públicas no ano que vem, já que o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2026, aprovado pelo Congresso Nacional, estimava o salário mínimo em R$ 1.627, um reajuste de 7,18%.



Unemat aprova criação de curso superior em Silvicultura em Alto Araguaia

Foto: Reprodução Facebook Unemat

A Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) deu um passo importante para fortalecer a cadeia florestal mato-grossense com a aprovação do projeto de criação do curso superior de Tecnologia em Silvicultura no município de Alto Araguaia. A iniciativa, orçada em R$ 897.502,38, prevê a formação de 50 profissionais especializados para atender à crescente demanda do setor no estado.


O projeto recebeu parecer favorável da relatora da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) no Conselho, Tatiana Paula Marques de Arruda, que ressaltou o impacto positivo da qualificação técnica na promoção do desenvolvimento regional. Segundo ela, a implantação do curso representa “um avanço estratégico para Mato Grosso, especialmente em regiões onde o segmento florestal se expande”.

Apesar da aprovação unânime, o Conselho levantou ponderações quanto ao modelo exclusivamente presencial. Representantes do setor produtivo, como o Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de Mato Grosso (Cipem), alertaram para a queda de matrículas em cursos florestais no interior nos últimos anos. Eles sugeriram que a Unemat considere formatos híbridos ou online, capazes de atrair um número maior de estudantes e garantir maior capilaridade à formação.

Mesmo com as observações, o Conselho aprovou o projeto, que segue com a recomendação formal para que a universidade avalie alternativas de oferta que ampliem o acesso dos interessados.

Com a nova graduação, Alto Araguaia passa a integrar o mapa de formação técnica voltada ao manejo e à gestão florestal, reforçando o compromisso do estado com a sustentabilidade, inovação e qualificação profissional.



Calendário do Futebol Feminino para o ano de 2026 é divulgado pela CBF

Fonte: Agência Brasil Foto: RAFAEL RIBEIRO/CBF/DIREITOS RESERVADOS
 

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou o Calendário do Futebol Feminino para o ano de 2026. Um dos destaques é o aumento do número de equipes da Série A1 do Campeonato Brasileiro (passando de 16 para 18 participantes), que será disputado entre 15 de fevereiro e 4 de outubro.

Outra competição que terá aumento de confrontos (indo de 64 para 72 jogos) é a Copa do Brasil, que passará a contar com jogos de ida e volta entre as quartas de final e a decisão da competição. O torneio, que envolverá 66 clubes das 27 unidades federativas do país, será disputado entre 22 de abril e 15 de novembro.

Com a ampliação da Copa do Brasil há uma mudança na Supercopa Feminina, que agora segue o modelo existente no futebol masculino, envolvendo apenas o vencedor da Série A1 do Brasileiro e o campeão da Copa do Brasil. O título será definido em partida única, programada para o dia 8 de fevereiro.

Outro anúncio importante foi o apoio inédito às atletas mães e lactantes, que terão a oportunidade de levar filhos em viagens com custos pagos pela CBF, além de investimentos no futebol feminino de base.

Segundo a entidade máxima do futebol brasileiro, a reformulação do calendário do futebol feminino é um tema estratégico para fomento e consolidação da modalidade às vésperas da Copa do Mundo que o Brasil sediará em 2027.

“Assim como fizemos no futebol masculino, passamos os últimos meses analisando e estudando oportunidades de melhorar o calendário e o fomento do futebol feminino. Ouvimos especialistas, federações, clubes e jogadoras. E chegamos a um modelo que atende a demandas importantes, colocando o futebol feminino brasileiro onde merece estar. Vamos mexer em toda a estrutura das nossas competições, aumentando o número de clubes e de jogos”, declarou o presidente da CBF, Samir Xaud.

Segundo a CBF, ao todo, as mudanças promovidas representam um investimento de R$ 685 milhões nas competições femininas, com aumento de 41% de datas neste calendário, 84% no número de partidas e 69% de vagas no calendário nacional.



terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Tentativas de fraudes com documentos mais que dobram de 2022 a 2025

Fonte: Agência Brasil Foto: MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIl
 

A consolidação do comércio on-line e das instituições financeiras digitais intensificou um dos crimes mais tradicionais da humanidade: golpes com documentos de terceiros. De 2022 a 2025, as tentativas de fraude documental no Brasil mais do que dobraram, saltando de cerca de 19 mil para mais de 51 mil no acumulado de 2025.

A conclusão consta de levantamento da Caf, empresa especializada em verificação inteligente de documentos. Os dados mostram uma escalada contínua do problema.

•     2022: mais de 19 mil tentativas;

•     2023: mais de 66 mil;

•     2024: mais de 37 mil;

•     2025: mais de 51 mil (no acumulado do ano).

CNH: documento preferido

Segundo a empresa, a carteira de identidade permanece como o documento mais visado. Em 2025, 84% das tentativas de fraude envolveram o Registro Geral (RG), que continua sendo amplamente utilizado e tem grande variedade de versões em circulação. A Carteira Nacional de Habilitação (CNH) também registrou aumento na participação das fraudes, passando de 8% dos casos em 2022 para 14% em 2025.

Para o diretor de tecnologia da Caf, José Oliveira, a multiplicidade de modelos de RG ainda presentes no país amplia o risco de manipulação, num cenário em que a Carteira de Identidade Nacional (CIN) está sendo adotada de forma escalonada. Ele afirma que soluções tecnológicas vêm se tornando essenciais para detecção de irregularidades.

“O Brasil convive com inúmeras versões de RG em circulação, o que amplia a superfície de fraude. Isso torna inviável depender apenas de inspeção visual ou de processos manuais”, enfatiza.

Oliveira explica que sistemas baseados em inteligência artificial conseguem identificar sinais de adulteração digital com maior precisão, mas destaca que a combinação entre tecnologia e análise humana ainda oferece o índice mais elevado de eficácia, chegando a 98% de acerto na detecção de fraudes.

Análises

O levantamento utilizou uma tecnologia denominada Documentoscopia, que combina verificação automatizada, captura assistida, extração de dados por OCR (reconhecimento óptico de caracteres) e análise especializada. Apenas em 2025, mais de 11 milhões de documentos foram analisados pela plataforma da empresa.

Fundada em 2019, a Caf atua no desenvolvimento de tecnologias antifraude com soluções de verificação biométrica, reconhecimento documental e validação de identidade usadas principalmente em sites e aplicativos.



segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Mulher mata 3 crianças e o filho por serem "bonitas demais"

Fonte: Notícias ao Minuto Foto: ©PANIPAT_POLICE/X

Uma mulher de aproximadamente 30 anos foi presa em Panipat, no norte da Índia, acusada de matar quatro crianças ao longo de dois anos, entre elas o próprio filho e duas sobrinhas. Segundo a polícia, ela escolhia vítimas que considerava “bonitas demais”, motivada por uma obsessão doentia com aparência.

Em entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira, 3 de dezembro, as autoridades informaram que os crimes foram cuidadosamente encenados para parecerem mortes acidentais por afogamento. A investigação aponta que a mulher, identificada como Poonam, confessou todos os homicídios durante o interrogatório.

De acordo com o Indian Express, a polícia concluiu que ela não aceitava que outras crianças fossem “mais atraentes” que as dela. O primeiro crime ocorreu em 2023, quando matou a sobrinha e, em seguida, o próprio filho de três anos, que teria testemunhado o assassinato. As duas crianças foram encontradas em um tanque, e Poonam afirmou na época que ambas haviam caído na água enquanto brincavam.

Meses depois, em agosto, outra criança da aldeia de Sivah foi morta da mesma forma, sem levantar suspeitas. O padrão só começou a ser identificado quando, recentemente, a sobrinha de seis anos da suspeita, Vidhi, desapareceu durante um casamento. Ela foi encontrada pela avó boiando em uma banheira no local da festa.

O avô da menina, ex-investigador, achou a posição do corpo suspeita e alertou as autoridades, desencadeando uma apuração mais profunda. Chamado para depor, ele afirmou acreditar que a neta havia sido afogada propositalmente. A partir daí, a polícia ligou o caso às mortes anteriores e passou a investigar possíveis conexões.

Durante o interrogatório, Poonam admitiu ter seguido Vidhi até o terraço do prédio durante o casamento. De acordo com a polícia, ela colocou a criança em uma banheira plástica cheia de água e a afogou antes de trancar a porta e retornar à festa. Os investigadores disseram que a suspeita “se irritava com meninas bonitas”.

A polícia publicou no X um vídeo que mostra Poonam chegando ao tribunal com o rosto coberto por um lenço vermelho, deixando à mostra apenas os olhos. As autoridades afirmam que ela apresenta sinais de psicopatia, mas continuará sob custódia judicial enquanto a investigação prossegue.

 


Brasil perde 6 mil piscinas de água tratada por dia, diz estudo

Fonte: Agência Brasil Foto: © MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL

 

O Brasil desperdiça diariamente o equivalente a 6.346 piscinas olímpicas de água tratada antes que ela chegue às torneiras. O cálculo faz parte do Estudo de Perdas de Água 2025, divulgado pelo Instituto Trata Brasil (ITB) em parceria com a GO Associados. 

O levantamento usa dados do Sistema Nacional de Informações em Saneamento (SINISA, base 2023) e mostra que o país perdeu 5,8 bilhões de metros cúbicos de água tratada em um ano, volume suficiente para abastecer cerca de 50 milhões de pessoas.

As perdas totais representam 40,31% da água produzida, porcentagem acima da meta de 25% definida pela Portaria 490/2021, do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.

As regiões Norte (49,78%) e Nordeste (46,25%) registram os piores índices. Estados como Alagoas (69,86%), Roraima (62,51%) e Acre (62,25%) desperdiçam mais da metade da água distribuída. Já Goiás (25,68%), Distrito Federal (31,46%) e São Paulo (32,66%) têm os melhores indicadores.

É considerada perda de água aquela que ocorre por causa de vazamentos, erros de medição e consumos não autorizados. Segundo o estudo, somente as perdas físicas — sobretudo vazamentos — ultrapassam 3 bilhões de metros cúbicos por ano. Esse volume seria capaz de garantir água às 17,2 milhões de pessoas que vivem em comunidades vulneráveis por quase dois anos.

As perdas também geram custos adicionais para o sistema, segundo o estudo: maior gasto com químicos, energia, manutenção, uso excessivo de infraestrutura e captação desnecessária em mananciais já pressionados pelas mudanças climáticas.

O impacto ambiental é direto. A necessidade de captar mais água do que a demanda real aumenta a pressão sobre rios, reduz a disponibilidade hídrica e amplia os custos de mitigação. Em um país que já enfrenta secas prolongadas, calor extremo e alteração no regime de chuvas, a tendência é de agravamento. O estudo lembra que cerca de 34 milhões de brasileiros ainda não têm acesso à água tratada.

“Ainda vemos um progresso tímido nos índices de redução de perdas de água, enquanto milhões de brasileiros continuam sem acesso regular e de qualidade à água potável, fundamental para uma vida digna. Perdemos diariamente mais de 6,3 mil piscinas de água potável, um exemplo alarmante de ineficiência”, diz Luana Pretto, presidente-executiva do Trata Brasil.

“Eventos como secas intensas, alterações nas chuvas e calor extremo têm agravado a escassez hídrica, afetando nossos rios e desafiando a capacidade do país em garantir o fornecimento de água para todos. Investir na redução de perdas e na modernização da infraestrutura não é apenas necessário, mas urgente”, complementa.

As discrepâncias regionais mostram que os piores indicadores estão nos locais com menor capacidade de investimento e maior vulnerabilidade institucional. Para os autores, reduzir perdas é também uma estratégia de adaptação climática, essencial no cenário discutido durante a 30ª Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas (COP30).

Segundo o estudo, se o Brasil reduzisse o índice atual para os 25% previstos pela regulação, economizaria 1,9 bilhão de m³ de água — volume equivalente ao consumo de 31 milhões de pessoas em um ano. O ganho econômico estimado é de R$ 17 bilhões até 2033, valor que aumentaria a resiliência dos municípios e ampliaria a oferta de água em meio ao avanço das mudanças climáticas.





domingo, 7 de dezembro de 2025

Cunhado arranca mulher de carro, pisa no rosto e a abandona com criança na MT 100

Foto:Via Brasil Fonte: HiperNoticias

Uma mulher de 32 anos foi brutalmente agredida pelo cunhado e abandonada às margens de uma rodovia na noite de sexta-feira (5), entre Alto Taquari e Alto Araguaia. A vítima foi retirada à força de um carro durante uma discussão familiar, arrastada para fora do veículo e agredida com uma pisada no rosto. Ela caminhava pela rodovia com a filha e a sobrinha quando conseguiu pedir ajuda a uma ambulância que passava pelo local.


A Polícia Militar informou que foi acionada pelo Hospital Municipal após a mulher dar entrada com lesões graves. À PM, a vítima relatou que estava em um clube da cidade com a irmã, o cunhado, autor das agressões, e as crianças. A confusão começou no trajeto de volta, quando o suspeito teria dado um tapa na própria esposa. Ao tentar intervir, a vítima foi atacada.

Segundo o boletim, depois de ser deixada na rodovia com as duas crianças, a mulher caminhava no escuro quando avistou uma ambulância da Via Brasil, concessionária responsável pelo trecho. Ela acenou por socorro e recebeu atendimento imediato, sendo levada ao hospital.

Após o atendimento, a vítima procurou a polícia para registrar o caso. Enquanto formalizava o boletim, recebeu a informação de que a irmã havia voltado para casa. Com apoio de um policial civil, os militares foram até o endereço e encontraram o suspeito dentro da residência. Ele não resistiu à abordagem e recebeu voz de prisão.

O homem foi levado ao CISC e o caso segue sob investigação.



OMS estima 35,3 milhões de novos casos de câncer em 2050

Fonte: Agência Brasil Foto: © TÂNIA RÊGO/AGÊNCIA BRASIL

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que a incidência de novos casos de câncer no mundo passará de 20 milhões em 2022 para 35,3 milhões em 2050, aumento de 77%. As estimativas globais revelam grande desigualdade da distribuição da doença. Os maiores aumentos são previstos para países de baixa e média renda, despreparados para enfrentar a explosão de casos. 

Os dados foram divulgados pela diretora da Agência Internacional para Pesquisa de Câncer da OMS, Elisabete Weiderpass (foto), no seminário Controle do Câncer no século XXI: desafios globais e soluções locais, promovido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na última semana de novembro no Rio de Janeiro.  O evento marca o Dia Nacional de Combate ao Câncer, celebrado hoje. 

"São 10 milhões de mortes por câncer no mundo por ano. O câncer de pulmão foi o mais diagnosticado representando 2,5 milhões de novos casos, ou um câncer em cada oito, seguido pelo câncer de mama e colorretal. O câncer de pulmão é a principal causa de mortalidade no mundo representando 1,8 milhão de mortes", disse Elisabete. 

Doença global

Segundo a diretora, o câncer é uma doença global, mas a doença não é distribuída de forma igual em todas as regiões do mundo, com disparidades geográficas muito marcadas em incidência e mortalidade.

"A Ásia, com 60% da população mundial, representa cerca de 50% de todos os casos de câncer no mundo e 56% das mortes de câncer no mundo, indicando problemas estruturais em prevenção, diagnóstico e tratamento", afirmou.

Elisabete informou que a estimativa de perda de produtividade por morte prematura de câncer, em indivíduos de 15 a 64 anos, com 36 tipos de câncer em 180 países, custa US$ 566 bilhões às sociedades, o que equivale a 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) global.

"Um terço das mortes [situa-se] no Leste Asiático, em seguida a América do Norte e a Europa Ocidental. Mas quando a gente compara a proporção da perda de PIB, as regiões mais afetadas são as Áfricas Oriental e Central", especificou. 

700 mil novos casos por ano

No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima 700 mil novos casos por ano no triênio 2023-2025. Segundo a OMS, o número calculado de novos casos no país vai chegar a 1,150 milhão até 2050, o que representa aumento de 83% em relação a 2022. O total de mortes vai aumentar para 554 mil até 2025, aumento de quase 100% em relação a 2022.

"É um aumento massivo. Sem dúvida, isso vai estrangular o sistema de saúde e tem que ser discutido agora, porque ações têm que ser tomadas agora para evitar um problema maior de manejamento e controle de todos esses casos", destacou Elisabete.

Em vídeo enviado para a abertura do evento, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ressaltou a importância do debate sobre o câncer na agenda global de saúde e o impacto epidemiológico que existe em todas as regiões do mundo.

"Precisamos nos mobilizar para enfrentar duas ações que exigem cooperação, que é o acesso às novas tecnologias e o enfrentamento aos produtos nocivos à saúde, como o tabaco e o consumo de alimentos ultraprocessados", disse o ministro. 

Patologia

O diretor-geral do Inca, Roberto Gil, enfatizou que o seminário aborda uma patologia que vai se tornar a principal causa de mortalidade no Brasil. "A gente tem uma população envelhecendo. Temos falado de combate ao câncer, mas essa palavra deveria ser trocada por controle ao câncer. É uma doença crônica que precisa ser controlada. Os indicadores mostram que as populações vulneráveis no país estão sendo negligenciadas, influenciadas por fatores como gênero, raça e econômicos", afirmou Gil.

Para o presidente da Fiocruz, Mario Moreira, o câncer é fruto de uma determinação social. "Ainda que nossos desafios sejam científicos e de políticas públicas, temos que reconhecer que o Brasil, sendo um país desigual como é, tem o desafio adicional de desenhar políticas públicas inclusivas. Este é o ponto mais importante. Uma doença que aprendemos a tratar como doença crônica, mas que tem cura, prevenção", afirmou Moreira. 

O seminário é coordenado pelo ex-ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e pelo ex-diretor do Inca, Luiz Antonio Santini. Eles estão à frente do projeto de pesquisa Doenças Crônicas e Sistemas de Saúde - Futuro das Tecnologias de Diagnóstico e Tratamento do Câncer do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz.